A Casa Flora, importadora e distribuidora de produtos, com um portfólio de mil SKUs, acaba de comemorar em julho os seus 50 anos de atividades. Por causa da pandemia da Covid-19 e das medidas restritivas de circulação, as festas foram realizadas de maneira diferente, virtual, e serão estendidas ao longo do ano. Apesar dessa nova maneira de se come-morar e do aumento da comercialização via internet, isso não quer dizer que os seus diretores pretendam investir nessa nova maneira de vender.
Os diretores da Casa Flora, Antônio Carvalhal Neto e Adilson Carvalhal Júnior, ressaltaram a trajetória da empresa, as mudanças, mas principalmente a manutenção da vocação empresarial: a importação e a distribuição de produtos pelo Brasil.
“Não queremos investir no B2C, mas sim continuar mais vigorosamente e mais consolidados no B2B, e também esperamos sair mais fortalecidos disso tudo. Estamos viabilizando uma equação positiva para todos”, enfatizou Neto.
Adilson lembrou que já passaram por outras crises e que essa também será ultrapassada. “Nunca vimos nada igual, mas estamos tentando entender esse novo momento para até mesmo ajudar os clientes, que em grande número são os bares e os restaurantes”, lembrou.
A questão do dólar também foi lembrada, uma vez que, em grande parte, os produtos vendidos pela empresa são importados e cotados na moeda norte-americana.
“Eles têm uma variabilidade e uma instabilidade conhecidas, que oscilam muito e, por isso, de-verão ficar entre 5 reais e 6 reais, daí a necessidade de formarmos preços de acordo com o mercado. Mas estamos sendo sensatos e nos empenhando para que todos se saiam bem, man-tendo nossa vocação de importador e distribuidor”, destacou Neto.
Se as vendas pela internet, com a ajuda da tecnologia, foram uma saída positiva para muitos varejistas, para a Casa Flora essa maneira de comercializar tem, sim, como foco principal os clientes, a pessoa jurídica.
“São eles que estão no on-line, nós temos um alinhamento comercial com estratégia bem definida e bem conhecida. O consumidor compra de nossos clientes; essa é a diferença e isso não será mudado agora. Nossa loja até vende para o consumidor final, mas não é o nosso grande negócio. A loja é um canal para os clientes, os supermercadistas e os donos de empórios, em maior número do que bares e restaurantes neste momento”, contou Adilson.
Para o segundo semestre, em especial o último trimestre, sempre muito favorável às vendas, ambos acreditam que será diferente, com o consumidor buscando ainda mais as indulgências para o consumo dentro de casa, com familiares ou grupos reduzidos, evitando-se aglomerações.
“Com certeza, as vendas estão mais concentradas em vinhos, com tíquete médio que varia entre 40 reais e 140 reais, vinhos de origem chilena, portuguesa, argentina e brasileira. Infelizmente, os espumantes estão sendo procurados em menor escala, e isso porque eles são sinônimos de festas e comemorações, que ainda estão sus-pensas, mas é claro que voltarão quando a vacina chegar”, destacou Neto.