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Sinais positivos

Melhora da confiança do consumidor, desemprego em 8% e freio nas altas dos alimentos podem contribuir para aumento de vendas em volume; mas especialista alerta para preços

Por Adriana Bruno, Claudia Rivoiro e Rúbia Evangelinellis

Pesquisa realizada junto a 493.693 mil estabelecimentos de pequeno porte (com até mil metros quadrados), auditados pela NielsenIQ, aponta, com destaque, o retrato de vendas de 50 categorias de produtos no ano móvel encerrado em junho passado. Juntas, representam a maior fatia (69%) do total de vendas de 147 categorias, levando em conta o faturado (veja tabela). E também corresponderam ao maior aumento (de 16,4%), em valor, comparando com as demais 97 categorias (de 10,2%).

O grupo de 50 categorias é bastante diversificado e inclui desde itens básicos até de indulgência. O estudo captura hábitos de compras de diferentes perfis de consumidores em todo território nacional. Tem adoçante, água mineral, água sanitária, alimento para gatos, amaciante de roupas, antisséptico bucal, creme e escova dental, bebidas energéticas, biscoitos, café, cerveja, chocolate, desinfetante, extrato de tomate, massa de tomate, mortadela e suco pronto, entre outros. Nas páginas seguintes, representantes da indústria, do canal indireto e consultores avaliam o desempenho de cada um deles, sendo que cada qual traz a variação de vendas em valor e em unidades. Em seguida,  uma lista com 97 categorias, com as respectivas no período.

E no retrato traçado de 147 categorias, fica claro a importância e o peso dos preços dos alimentos na cesta pesquisada – respondendo por 49% do valor e com uma alta média de 15,4%,a maior de todos os grupos. Em seguida, vêm bebidas, com 26% e 14,7% , os dois setores que impactam de forma mais expressiva (veja quadro).

Ao avaliar o estudo, Felipe Rutkosky, sênior business manager da NielsenIQ, destaca fatores que influenciaram o resultado, como o menor impacto da inflação dos alimentos, quando comparado aos 12 meses imediatamente anteriores, mas com o estudo mostrando, porém, “uma montanha-russa” no tocante ao sobe e desce de vendas em volume detectado no primeiro semestre do ano.

“O IPCA acumulado de 12 meses, desde o início de 2022, mostra que depois de um pico muito grande da inflação, especialmente por causa dos alimentos, na casa dos dois dígitos, foi possível observar, a partir do segundo semestre do ano passado, queda na inflação. E isso trouxe bastante alento, porque, enquanto a inflação estava num patamar muito alto, era a grande responsável por gerar os aumentos no mercado, o repasse de preços e retrações de volume ou crescimento de maneira muito tímida”

A renda do trabalhador está estagnada, comparando com março de 2015, o que o faz optar por marcas e produtos similares com melhor preço

Outros aspectos que contam positivamente são o fato de a taxa de desemprego recuar para 8% no segundo trimestre de 2023, o menor patamar desde 2014, e a melhora do índice de confiança do consumidor. Mas, na contrapartida, Rutkosky observa que a renda do trabalhador está estagnada, comparando com março de 2015, o que o faz optar por marcas e produtos similares com melhor preço, buscar locais que ofereçam descontos e ser multicanal. “Foi um período inflacionário, com picos maiores ou menores, e de alta da cesta básica. E quando a gente traz o aumento total dos alimentos acumulado de 2020 (8,8%); 2021 (16,6%) e 2022 (18,1%), os preços cresceram em quase 50% nas cestas Nielsen, de bebidas, 26,5%; de higiene e beleza, 21,4%; e de limpeza, 31,2%.

Embora o estudo apresente o movimento das categorias no primeiro semestre, a expectativa é de que possa ocorrer alta em volume. “Não está neste estudo, mas um ponto a saber é que vimos, a partir do terceiro trimestre, que o volume se estabilizou num patamar positivo, sendo um vetor de crescimento do mercado em valores totais, proporcionando uma melhora mais saudável no ambiente para aumento em volume”, finalizou.

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