CACHAÇA

Mercado potencial

A cachaça, vendida em garrafa de vidro, lidera as vendas. Responde por 70% do total que a categoria faturou no varejo de menor porte, no ano móvel encerrado em junho passado. A bebida, no geral, conquistou a marca positiva de 9,3% no resultado observado em valor. Na análise, por região, a maior variação foi obtida na Grande São Paulo, de 26,4%,
e a menor, no Grande Rio (-22,8%).

Dona da icônico rótulo 51, a Companhia Müller considera o varejo um dos canais importantes para alavancar as vendas e manter a visibilidade das marcas do portfólio. Marina Flávia Silva, gerente de marketing e trade marketing, explica que atualmente a empresa opera no mercado com diferentes versões da cachaça, que vão desde a tradicional (em garrafas e latas), passando pela Ouro e Mel, até às extras premium.

“O mercado de cachaça continua em crescimento e muitas marcas surgiram. Os consumidores estão cada vez mais atentos às inovações e entendemos a importância de oferecer diferentes versões de embalagens e produtos para satisfazer a demanda.”

CERVEJAS

No copo ou na lata

Quando o assunto é venda de cerveja no varejo de proximidade, não tem como negar a importância da bebida em lata. Este segmento representa 63% do total comercializado da bebida, em valor, segundo a pesquisa da NielsenIQ. Com uma participação de 36,8% está a apresentação da bebida em vidro.

Entre o segundo semestre de 2022 e os primeiros seis meses de 2023, o levantamento aponta resultado positivo de 11,7% em valor de vendas e 0,3% no volume na média nacional, que pode ser um indicativo de reajuste de preços ou que o varejo está vendendo produtos mais premium. Por região, o Sul responde pela maior fatia no resultado de vendas, de 22%; seguido do Nordeste, com 19%; o bloco Minas Gerais, Espírito Santo e interior do Rio, com 18%; e interior de São Paulo, na marca de 15%.

No geral, todas as regiões praticamente mantiveram a contribuição detectada no período anterior. Márcio Iavelberg, sócio da Blue Numbers Consultoria, destaca que o resultado de vendas por regiões revela um consumo bem distribuído. “Já que a quantidade de cervejas vendidas não aumentou, acredito que onde se pode ter um ganho é na venda de produtos de maior valor, como artesanais e premium”, acrescentou.

RTD – PRONTO PARA BEBER

Bebida com praticidade

A categoria RTD ou Pronto para beber cresceu segundo a pesquisa da NielsenIQ, em vendas/ volume 16,4% e em vendas/valor 26,4% no período analisado de julho de 2022 a junho de 2023, nos 493.6 93 spontos auditados em todo o Brasil com até mil metros quadrados. Números que só vêm aumentando, em especial após a pandemia. A informação é do diretor-presidente da JC Distribuição e do Costa Atacadão, José Rodrigues da Costa Neto, que tem forte atuação no Centro-Oeste, Norte e Nordeste.

“Trabalhamos há mais de 20 anos com a categoria, que tem crescimento consistente ao longo do tempo por alguns motivos, como, por exemplo: a sua praticidade em estar pronto para beber, o que facilita muito servir em festas com boas opções de sabores; o clima no Brasil é tropical e faz muito calor, o que favorece muito o seu consumo. Para os próximos seis meses, a categoria vai continuar crescendo, porque a temporada de festas de fim do ano, verão, férias e, em fevereiro, o Carnaval, está chegando e são pontos importantes na sua comercialização”, informou o empresário.

UÍSQUE

Virada de jogo

A categoria de uísque virou o jogo bonito e com goleada. Após amargar perda de vendas em valor (-0,9%) e em volume (-15,6%) na pesquisa de 2022, conquistou na atual edição crescimento de 26,2% no total faturado e de 14,8% em unidades comercializadas no varejo de pequeno porte (autosserviço e tradicional) pesquisado pela NIQ. João Henrique Diogo, sócio da Coalizão, distribuidora de bebidas destiladas e fermentadas da Grande Rio – incluindo acapital –, observa que trata-se de uma categoria apreciada pelo brasileiro e “superimportante” para a estratégia de expansão de consumo adotada pelas maiores destilarias a partir de um novo viés.

“Do total de bebidas alcoólicas vendidas no Brasil, cervejas lideram com 65% e mais 15% especiais; 8% são de destilados. Uísque representa 1,9% e as destilarias focam na bebida para ganhar share e crescer em cima da cerveja, oferecendo fórmulas da bebida para drinques, que reduzem o teor alcoólico para que se aproximem mais do paladar do brasileiro.”