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Presidenciáveis declaram suas propostas para comércio e serviços

Ciro, Bolsonaro e Soraya Thronicke respondem a perguntas dos líderes do setor. Lula e Simone Tebet não participaram

Por Ana Paula Alencar

Mais de 400 líderes do setor de comércio e serviços de todo o Brasil, incluindo o atacado distribuidor, estiveram em Brasília, no Centro de Convenções Brasil 21, em 30 de agosto, para acompanhar o evento “Diálogos com Candidatos à Presidência da República”, promovido pelo Instituto Unecs – União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços.

Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PL) e Soraya Thronicke (União Brasil) se apresentaram em separado e foram sabatinados pelos líderes das entidades que compõem a Unecs, entre elas a ABAD – Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores. A dinâmica estabelecida com base na lei eleitoral concedeu a cada candidato 50 minutos de apresentação, divididos em três blocos: fala inicial, rodada de perguntas e respostas e considerações finais. Luiz Inácio Lula da Silva e Simone Tebet alegaram conflito de agenda e não compareceram. 

Ao final da participação, os candidatos receberam um documento intitulado “Pautas do Instituto Unecs”, reunindo as principais demandas do setor – melhorias no ambiente de negócios, segurança pública e comércio ilegal, agenda ambiental, infraestrutura e logística, digitalização e desburocratização do Estado.

O evento foi transmitido ao vivo pelas redes sociais das entidades e teve ampla cobertura jornalística.  

Veja os principais propostas de cada candidato:

Ciro Gomes (PDT)

O primeiro a ser sabatinado, Ciro Gomes defendeu um projeto nacional de desenvolvimento para colocar o Brasil de volta no rumo. Para equilibrar as contas, a solução, segundo ele, consistirá em dispensar gastos que extrapolam a receita e priorizar as dívidas que o Estado precisa para caminhar para a frente. Sua proposta é restaurar o ambiente de negócios criando um novo modelo de sistema tributário com a unificação dos tributos.

Ciro Gomes, primeiro a ser sabatinado, defendeu um projeto nacional de desenvolvimento

De acordo com ele, nenhuma das propostas de reforma tributária que estão tramitando no Congresso merecem ser chamadas de reforma. Para resolver os problemas de inadimplência com o fisco, afirmou que vai propor um pacto nacional de cooperação, mediando encontros com os setores para buscar soluções. “Eu, enquanto governo, vou querer arrecadar mais e os senhores vão contribuir menos. Precisamos equilibrar essa conta”, disse. 

Jair Bolsonaro (PL)

Candidato à reeleição, Jair Bolsonaro iniciou sua participação comemorando o desempenho da economia com a recente deflação e o saldo positivo na geração de empregos. Afirmou que seu papel é facilitar a vida dos empreendedores e citou os programas emergenciais de crédito para empresas criados na pandemia como os responsáveis pela rápida recuperação do País.Ainda com relação ao crédito, disse estar aberto para ouvir as demandas e se comprometeu a buscar soluções junto aos bancos públicos.

Também reforçou seu compromisso com a redução da carga tributária para fortalecer os setores produtivos e destacou que “o livre mercado é a melhor maneira de vivermos em paz e em harmonia e de termos a certeza de crescimento”. O candidato afirmou que a criação do PIX beneficiou o setor de comércio e serviços, com economia de custos bancários e de transporte de valores. 

Soraya Thronicke (União Brasil)

A candidata Soraya Thronicke defendeu como principal medida para a recuperação econômica a proposta de reforma tributária com unificação de 11 impostos federais. Segundo ela, corrigir a incidência por meio da simplificação irá desonerar o empresariado em torno de 20%. Como forma de acelerar o mercado de trabalho, apontou a necessidade de se investir em educação para adequá-la à realidade digital.

A candidata Soraya Thronicke apresentou a proposta de reforma tributária

Questionada sobre uma eventual reforma administrativa, a candidata destacou que o tema será debatido exaustivamente em seu eventual governo. “Nós podemos diminuir cargos comissionados, mas tirar direitos adquiridos daqueles que estão trabalhando e desenvolvendo nosso País no setor público, nós devemos tomar cuidado com isso”, esclareceu. Ela garantiu, contudo, que vai “apertar os cintos” e cuidar do essencial em seu governo. 

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