Ranking ABAD/NIQ 2023 - TENDÊNCIAS

Mais agilidade para atender melhor

O canal indireto vem trilhando uma trajetória de especialização na prestação de serviço e o consumidor aumentou o número de canais de vendas visitados

Por Claudia Rivoiro

O Ranking ABAD/NIQ vem ao longo de seus 29 anos retratando o canal indireto, o consumo no país e as mudanças que aconteceram ao longo desse tempo, o que inclui também o comportamento do consumidor. Algumas questões já estão fundamentadas nas empresas como a sua profissionalização e os investimentos em logística na busca de eficiência e também oferecer uma prestação de serviço com excelência aos seus clientes: o varejo independente.

Para José Rodrigues da Costa Neto, do JC Distribuição/Costa Atacadão, empresa que nasceu no estado de Goiás há 59 anos, a evolução ano a ano destacou a busca por mais especialização nas operações, que foi uma oportunidade de negócio para os atacadistas generalistas. “Esse caminho não é ruim porque o negócio evolui”, destacou.

Ele também ressalta que a loja de vizinhança se fortaleceu nos últimos anos, com um mix mais especializado e até mais sofisticado. O resultado foi ganhar a preferência do cliente. “O canal indireto começou a se destacar antes da pandemia, mas, durante o período de quase dois anos, se fortaleceu porque não parou o trabalho de abastecer os milhares de pontos de venda no país e não houve desabastecimento”, acrescentou.

Outro ponto a ser destacado é que as indústrias, segundo Costa, começaram a rever os seus processos de venda. “Elas buscaram evoluir na distribuição com o mix ideal. A minha percepção é que vivemos em uma sociedade complexa e o consumidor brasileiro está buscando facilidade, comodidade, evolução em suas compras e com tendência de ser multicanal. O brasileiro é um povo diferente daqueles que vivem nos Estados Unidos e na Europa, portanto nem tudo podemos copiar. Temos o próprio caminho”, enfatizou.

Se hoje o consumidor visita em média nove canais de compra, em 2014 eram apenas cinco visitas. A partir de 2018, a média chegou a oito e em 2006 chegava a três. Conclusão: o brasileiro aumentou em três vezes mais a quantidade de canais de compra em 15 anos, o que mostra uma constante para o equilíbrio de gastos mensais, segundo dados da NIQ. O fato é que quem abastece precisa também estar ligado nessa atual rotina do consumidor e a concorrência é grande.

Profissionalização

Para Claudio Campos, fundador e CEO da Playvender, do Rio de Janeiro, a grande evolução do atacadista distribuidor é que mudou de comerciante para empresário. “Somos  muito mais respeitados e as indústrias estão muito mais próximas de nós e vice-versa para o compartilhamento de informações para atender bem os nossos clientes, o que vai resultar um serviço de excelência ao consumidor”, observou. Para ele, o canal indireto tem de ser muito eficiente e comungando com três importantes quesitos: logística, mais serviço e mais rapidez. “Pensando nesse tripé iremos lançar um novo serviço ainda em 2023 para inovar o atendimento ao varejo”, adiantou. A Playvender, segundo o Ranking ABAD/NIQ 2023 (ano base 2022) cresceu 52%, de R$ 906 milhões em 2021 para R$1,375 bi.

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