Ranking ABAD/NIQ 2023 - EXPECTATIVAS E DESAFIOS

Aposta no virtual

Empresas mantêm plano de investimento, principalmente em sistema de informação, e-commerce e marketplace

Por Rúbia Evangelinellis

Integrantes de um setor competitivo e submetidos a um ritmo de atividades que exige respostas rápidas e eficiência, as empresas do canal indireto reforçam os planos de investimentos e alinham as expectativas. O termômetro permanece aquecido para as previsões, porém mais inclinadas para a estabilidade na comparação com o levantamento do ano passado. Isso vale para a projeção de aumento do faturamento (possível para 70,3% das pesquisadas, contra 82% da edição de 2022); da base de clientes (esperada por 69,8% e, em 2022, por 73,5%), da rentabilidade (citada por 46,5% e por 57,6% na edição passada) e do volume de vendas (projetado por 54%, ante os 72% anteriores).

A estimativa de ampliação da base de fornecedores foi lembrada por 47,8%. As empresas em busca de crescimento priorizam as categorias de higiene pessoal (informada por 12,8%); mercearia doce (8,5%); mercearia salgada (8,3%); itens para pet (7,5%); de beleza (7,2%); de limpeza caseira (7,1%); refrigerados (7%); molhos, caldos e condimentos (6,1%); bebidas alcoólicas (6%) e não alcoólicas (5,9%); candies (5,9%) e bazar (4,9%).

Quando o leque de expectativas abre-se e tece detalhes sobre a operação (veja quadro), o destaque é o incremento na expectativa de investimentos em sistema de informação (considerado por 48,3% e, na edição de 2022, por 28,1%) e em e-commerce/marketplace (dito por 48,9% das empresas respondentes, salto de 12 pontos percentuais).

Olhos vigilantes

Juliano Faria Souto, CEO do Grupo Fasouto, de Sergipe, mantém os olhos vigilantes no mercado e nas possibilidades de potencializar a distribuição e o atacado de autosserviço. O empresário avalia que o setor registra investimento “expressivo” nos últimos anos, impulsionado especialmente pelo movimento expansionista de grandes grupos econômicos. Em sua opinião, esse movimento de alta deve continuar, porém, em um ritmo reduzido.

No atacado distribuidor, aposta no fortalecimento dos investimentos em vendas digitais e no sistema de informação. “Entre 2020 e 2022, houve a explosão do varejo digital com o B & C, mas agora deve acontecer a expansão do B & B”, observa. Ele destaca ainda a melhoria do varejo de vizinhança, na apresentação das lojas, o que atrai mais consumidores. A nova sinergia da cadeia de abastecimento exige, porém, preparo do canal indireto e a necessidade de um trabalho qualitativo em várias vertentes, como no relacionamento com o fornecedor, no treinamento da equipe comercial, na tecnologia e atendimento virtual.

Com uma estrutura de negócios desenhada e formada por cinco unidades do Lojão Fasouto, centro de distribuição e atuação como distribuidor, o grupo colhe frutos de uma operação que permeia ações qualitativas nas áreas em que já atua. Oferece um portfólio de 8 mil nas lojas (onde alcança oito mil micro e pequenos empreendedores) e de 2,5 mil na distribuição, abastecendo quatro mil varejistas.

Fortalecimento

Dona de uma carteira de clientes centralizada em food service no estado do Rio de Janeiro, que responde por 97% da carteira de clientes, a Rio Quality fortaleceu os investimentos nos últimos anos. Entre os feitos, concluiu em 2022 a ampliação do centro de distribuição, que dobrou de tamanho, e ocupa uma área de 10 mil metros quadrados. Aumentou a

capacidade de instalação de 7 mil para 10 mil posições de paletes e de armazenamento de resfriados e congelados, explica Marcello Marinho, gerente de Planejamento.

Também reforçou a equipe comercial, com a contratação de vendedores, ampliou a frota para suportar o “incremento” na base de clientes, que aumentou em quase 25% em 2022, e chegou a 12 mil. Outro investimento foi no e-commerce, no ar desde outubro. Trata-se de uma parceria desenvolvida com oito empresas que abastecem o food service no país. A soma de todas essas iniciativas implicou num investimento entre seis e sete milhões de reais.

“Preparamos a estrutura para ter a base do plano de crescimento traçado para os próximos três ou quatro anos, embora enxergamos ainda o food service desaquecido e clientes com dificuldades para crescer”, explicou.

 A Rio Quality registrou aumento de 21% no primeiro trimestre em relação a igual período de 2022 e mantém a meta de incremento de 25% neste ano.

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