Inverno

Hora de aquecer as vendas

A sazonalidade sempre traz novas oportunidades para o setor. A chegada das festas juninas e do inverno fazem parte desse cenário

Por Adriana Bruno

Com o avanço da vacinação e o maior controle da pandemia de Covid-19, a vida volta ao normal e com isso as festas comemorativas também passam a ganhar força e destaque na rotina dos brasileiros. As juninas fazem parte do calendário nacional e atraem milhares de pessoas. Comemorações nas ruas, nas escolas,igrejas e também em casa tomam conta do país e, com isso, as vendas de produtos típicos como pipoca, bebidas e paçoca, entre outros, ganham um importante incremento.

Segundo Richard Oliveira, gerente de marketing da Arcor do Brasil, a Páscoa representa 30% do volume anual de vendas dos produtos da marca Amor, como paçoca e torrone. “Além disso, nos meses seguintes à sazonalidade, ainda registramos um crescimento nas vendas desses itens”, comentou. Ele ainda diz que o período do inverno também é bastante favorável. “Quanto ao inverno, em geral, temos o reflexo no consumo de chocolates com um aumento de 15% em relação a outros meses do ano – isso desconsiderando períodos de sazonalidade, como a Páscoa, por exemplo”, fala.

Para a General Mills, dona da marca Yoki, o período é igualmente importante. “Consideramos estes meses com festas juninas, julinas ou São João, um dos maiores em vendas. As categorias de maior destaque no período são a pipoca micro-ondas, além dos snacks de amendoim. Outros produtos que ganham destaque são a batata palha e da farofa como complementos para lanches vendidos em quermesse”, comenta Luciano Watanabe, gerente de trade marketing da General Mills.

 Ele diz ainda que outras categorias de doces típicos, além de temperos e especiarias como canela e cravo, também têm incremento em vendas. Watanabe ainda conta que há diferenças regionais no consumo dos itens de festa junina, o que demanda atenção especial do atacadista distribuidor para ofertar o mix certo para as diferentes localidades.

“A canjica no Nordeste é o curau no Sudeste. E a canjica do Sudeste é o mungunzá em estados Nordestinos. O mix no Nordeste não é igual ao do Sul,e assim por diante. Porém, os principais produtos, como a pipoca, amendoim,farofa e a batata palha são unanimidade nos quatros cantos do país”, afirma.

Para a Kinino, o período das comemorações juninas representa um incremento de 30% nas vendas. “É o nosso primeiro Natal. Sem sombra de dúvidas,categorias como pipocas em geral, canjicas, amendoim, farofa, cravo e canela são muito relevantes”, comenta Hermes de Paula, sócio e diretor-comercial da Kinino.

Bebidas que confortem Assim como as festas juninas, a chegada da estação mais fria do ano também mexe com o mix de produtos trabalhados pelo atacado distribuidor e pelo varejo, além de favorecer o consumo de categorias como a de vinhos, sucos e bebidas quentes.

Para William Paim, coordenador de on trade no Centro- Oeste e Minas Gerais, enólogo e sommelier da Vinícola Aurora, mesmo com a possibilidade de os vinhos e espumantes serem consumidos em qualquer época do ano, as temperaturas são fatores que ajudam a impulsionar as vendas de determinados produtos, como os vinhos tintos no inverno.

“Os brasileiros ainda associam a bebida aos dias frios, por isso, historicamente, a estação representa 25% do total negociado pela Cooperativa Vinícola Aurora no ano. Durante a época, aproximadamente 80% das comercializações são de vinhos tintos, 16% de brancos e outros 4% de rosés”, comenta.

 Segundo ele, embora os tintos sejam os mais consumidos no inverno, os brancos envelhecidos e com mais estágio em barricas de carvalho são excelentes escolhas para dias frios. “Por serem mais encorpados, geralmente possuem um teor alcoólico maior, tornando-os mais gastronômicos”, diz. Sobre o mix, ele fala que, de modo geral, a preferência nacional é por vinhos tintos suaves de mesa, que são elaborados com uvas de origem americana. “Embora o consumo de vinhos secos tenha crescido substancialmente, independentemente da região brasileira, os suaves ainda são os mais consumidos no Brasil”, conta.

Assim como o vinho, os destilados ganham destaque na cesta de compras tanto no período das festas juninas como no inverno. “A chegada do inverno não traz apenas a queda de temperaturas, mas também a queda de consumo de bebidas geladas, como a cerveja. O consumidor passa a se encontrar mais em ambientes fechados, que têm um maior controle de temperatura.

Culturalmente, associamos estes encontros mais íntimos com o consumo de bebidas quentes, e os destilados se encontram também nessa categoria”, comenta Marina Flávia da Silva, head de marketing e trade marketing de Cachaça 51 e 51 ICE. De acordo com ela, segundo pesquisas, a região do Nordeste apresenta o maior consumo per-capita de cachaça. “Os meses de maio a julho são ainda mais significativos para os estados da região, onde são celebradas as festas de São João, bastante tradicionais para esse público, que propiciam ainda mais o consumo de cachaça. Além disso, o Sudeste também tem um resultado significativo quando olhamos para o consumo de ambas as marcas, como a Cachaça 51, em regiões mais interioranas que têm a tradição de festas sertanejas muito enraizadas; e a 51 ICE, em regiões onde o público mais jovem domina as ruas, como nas capitais”, diz.

A importância do mix

O mercado de doces juninos, atualmente, é composto tanto por grandes players, quanto por marcas regionais. “Entendemos que o ideal para um atacado distribuidor é ter marcas fortes, reconhecidas e queridas pelo público. Além disso, garantir uma disponibilidade de produtos que agradem e tragam praticidade para o consumidor, tanto com formato quanto em inovações”, comenta Oliveira. Ele ainda revela que a empresa espera crescer mais de 50% em volume no período das festas juninas em comparação a 2022, com a marca Amor.

Vale dizer que, em relação à sazonalidade, é importante ter uma revisão da curva ABC de produtos do atacado distribuidor, com o olhar atento ao mix que o varejista precisará se abastecer para atender o shopper nessa jornada de compra para sua festa. “Destacamos algumas categorias, como pipoca micro-ondas, principalmente o sabor manteiga; sSnacks de amendoim com boa variedade de tipos, como japonês, crocante, doces e descascado; batata palha; farofa e condimentos naturais, como cravo e canela, presentes em diversas receitas tradicionais.

A abordagem deste mix de produto, ajuda a levar ao varejista a solução completa para se preparar para esta sazonalidade e posiciona o atacado distribuidor como parceiro na entrega da solução completa para esta sazonalidade”, recomenda Watanabe. Ele diz ainda que uma sugestão importante para o canal atacadista distribuidor nessa sazonalidade é sempre criar junto ao varejo um ponto extra especial, com decoração temática, para que seja exposto todo esse mix “junino”. “Esta exposição conjunta tem um alto impacto para o shopper e alavanca as vendas”, diz.

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