Ranking ABAD/NielsenIQ 2022 QUARTIL

No mesmo ritmo

Faturamento se mantém crescendo em todas as faixas e indica maior equilíbrio, com variações de 16,7% a 18,8%

por Rúbia Evangelinellis

As empresas respondentes ao Ranking ABAD/NielsenIQ 2022 (ano-base 2021) mostraram fôlego para manter a trajetória de crescimento em um ano desafiador. Comparando o faturamento (apurado na matriz das pesquisadas) em 2020 e 2021, constata-se que o incremento médio alcançou 17,7% no cenário nacional. Os maiores avanços foram experimentados por empresas das Regiões Sul (com 22,8%), Centro-Oeste (22%) e Norte (19,7%), seguidas de longe pelas altas apuradas no Sudeste (14,6%) e no Nordeste (13,6%).

Na edição anterior, os patamares de crescimento foram mais acentuados, mas compararam dois anos com perfis diferentes – de 2019 (antes da pandemia) e 2020, que refletiu o início das medidas de isolamento social e a concentração de boa parte das vendas no comércio varejista. No período em questão, o aumento alcançou 20,7% no Brasil, puxado pelas empresas com sede no Norte e no Centro-Oeste (ambas com patamar de 25,2%), no Nordeste (22%) e no Sudeste (20,2%). As pesquisadas da Região Sul, por sua vez, subiram 14,9%, abaixo da média. 

Ainda em relação ao levantamento anterior, o         grupo formado pelas 25% das empresas de maior faturamento apresentou um crescimento de 29,5%, acima das faixas de 25,1% a 50% (de 20,7%); de 50,1% a 75% (de 16,8%) e de 75,1% a 100%, de 17,1%. No estudo atual (veja Tabela), os patamares de aumento por grupo estão mais próximos.

Comparação

Nelson Barrizzelli, coordenador de Projetos da FIA – Fundação Instituto de Administração e responsável pelas análises do Ranking, destaca que na comparação dos resultados dos quartis em 2021 e 2020 observa-se que, diferentemente daquilo que ocorreu durante anos anteriores, os atacadistas respondentes e pertencentes ao 1o quartil (de maior faturamento) equiparam o crescimento de suas operações ao das empresas respondentes classificadas nos demais grupos. 

“Em 2020, o 1o quartil despontou com um crescimento de 29,5%, enquanto o 3o e 4o quartis ficaram vários pontos abaixo desse número. Foi uma inversão dos resultados anteriores. Em 2021, houve um certo equilíbrio entre o faturamento dos quatro quartis, com melhor desempenho das empresas classificadas no 2o quartil. As empresas classificadas entre o 3o e o 4o quartis ficaram um pouco abaixo e, desta vez, o 1o quartil apresentou a performance mais fraca, invertendo novamente a performance em relação ao ano anterior”, ressalta.

Em qualquer caso, acrescenta, em 2021, as variações entre os quatro quartis não foram muito significativas. A análise de vários anos demonstra que as empresas atacadistas que atendem uma região limitada ou um Estado conseguem oferecer atendimento a seus clientes de maneira mais personalizada e mais rápida do que empresas de grande porte que operam extensas regiões do País. 

Barrizzelli alerta que, por enquanto, todas as análises precisam levar em consideração as anormalidades das relações comerciais de 2020 e 2021 em função da pandemia. “Foram anos difíceis, que influenciaram fornecedores, varejistas e consumidores. Portanto, uma análise mais acurada só será possível depois que esses desarranjos se normalizarem a partir do ano em curso”, finaliza.

DB DigitalReceba no seu email

DB DigitalReceba no seu email