Ranking ABAD/NielsenIQ 2022 - ANÁLISE COMPLEMENTAR

Peso dos alimentos

Grupo de respondentes que trabalham no setor alimentício recolhe 40,6% das vendas

por Rúbia Evangelinellis

Apontado como um dos principais ingredientes que pressionam a inflação, o grupo dos alimentos é a categoria de maior representatividade no faturamento das empresas pesquisadas: responde por 40,6% do total comercializado.Na segunda posição, artigos de higiene e beleza participam do bolo com 17%, seguidos pelas bebidas (8%), itens de limpeza (7,9%), materiais de construção (7,2%) e bazar (6,4%), entre outros (veja Gráfico).

No desempenho observado de acordo com o modelo de negócios, os alimentos predominam com destaque nos resultados do Distribuidor com Entrega (47,8%), do Atacado Generalista de Autosserviço (46,8%) e do Atacado com Balcão (40,8%). No Atacado Generalista com Entrega, os alimentos também respondem pela maior fatia, mas ocupam um patamar menor, de 28,8%.

Os produtos de higiene e beleza marcam presença na segunda posição, com 17,8% no Distribuidor com Entrega, 17,7% no Atacado Generalista com Entrega, e 14,4% no Atacado Generalista de Autosserviço. No Atacado com Balcão, eles ocupam a terceira posição (com 8,9%), perdendo a vice-liderança para os materiais de construção (17,6%).

Por sua vez, o grupo Bebidas é o terceiro mais importante para o Autosserviço, com participação de 13,8%, enquanto para o Distribuidor com Entrega ele cobre uma parcela de 8,1% do faturamento, 6,3% para Atacado com Balcão e 5,2% para as empresas que operam com Atacado Generalista com Entrega. Os produtos de limpeza representam 8,9% para o Autosserviço e entre 7% e 8% nos demais canais de vendas.   

Cesta pesquisada  

Além dos resultados obtidos pelo Ranking, a NielsenIQ também realiza a pesquisa de uma cesta com 160 categorias de produtos comercializadas em mais de um milhão de estabelecimentos.

Esse levantamento revela que, em 2021, ocorreu estabilidade em volume de vendas (-0,4%) e crescimento de 12,2% em valor nominal (sem descontar a inflação). Daniel Asp Souza, gerente de Atendimento ao Varejo da NielsenIQ, ressalta que esse movimento demonstra um aumento impulsionado pelo reajuste generalizado de preços. 

No caso dos alimentos, foi detectada uma alta de 14,6% no faturamento e uma queda de 1,7% em volume, retração também provocada pelo fato de as pessoas voltarem a se alimentar fora de casa. O grupo de bebidas, por sua vez, subiu 12,4% no faturamento e praticamente manteve o volume (0,1%). Seguindo a mesma ordem de comparação, Higiene e Beleza aparece com  6% (em valor) e -0,6%  (em volume), limpeza com 7,9% e -0,6%, cigarro com 12,7%  e 11%, e bazar com 12,3% e 1,4%.    

Daniel destaca que o crescimento do faturamento da cesta, que foi de 12,2% em 2021 em comparação com 2020, acelerou-se no primeiro semestre de 2021 e desacelerou-se no último trimestre. Tanto que de outubro a dezembro do ano passado, a variação foi de apenas 3,3% (em comparação com igual período do ano anterior).

Porém, avaliando o desempenho da cesta por canais de vendas, o Autosserviço Independente (com, no máximo, quatro lojas e até mil metros quadrados, com uma importância de 24,1% do faturamento total da cesta, cresceu 6,4% no ano e recuou para a marca negativa de 1,6% no último trimestre, com base no mesmo período de 2020).

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