Ranking ABAD/NielsenIQ 2022 COMERCIALIZAÇÃO

Foco no força de vendas

Representantes comerciais são os preferidos no Atacado Generalista com Entrega, ao passo que os vendedores lideram na área de Distribuição

por Rúbia Evangelinellis

Manter o foco na área comercial e sintonizada com a modalidade de negócios é o grande  desafio que as empresas do setor enfrentam. O Ranking revela que os representantes comerciais autônomos representam uma das principais forças motrizes. São responsáveis por 40% da comercialização da Distribuição e por 45% da do Atacado Generalista com Entrega. 

Por sua vez, os vendedores marcam presença especialmente no segmento de Distribuição, com uma importância de 48% no resultado das vendas.  No Atacado Generalista, aparecem com 16% de participação, mesmo patamar do e-commerce. 

Para o Atacado de Balcão, os vendedores respondem por 34% do faturamento e se mantêm emparelhados  com o atendimento feito na loja, enquanto os RCAs participam com 24% (veja Quadro).

Migração

A Rio Quality, que atua como atacado distribuidor no Rio de Janeiro e atende principalmente o food service (ramo que sentiu forte retração na fase mais severa da pandemia), optou por abrir mão da contratação de RCAs e manter apenas vendedores contratados em regime de CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).“A migração começou em 2017. A motivação maior era conseguir uma estrutura onde houvesse mais alinhamento entre a estratégia comercial e o time de vendas. E o modelo de CLT possibilita obter melhor gestão do dia a dia do profissional, oferecer ao mercado uma maneira  de resolver a questão de abastecimento de operadores de food service, a qual envolveu a ampliação do portfólio, melhor treinamento, melhor capacitação do time de vendas e melhor alinhamento com as indústrias”, resume Marcello Marinho, gerente de Planejamento.  

Os resultados da reestruturação foram aumentos da base de clientes, da produtividade e da qualidade das vendas. “Os atuais números da equipe são maiores que os obtidos há cinco anos , quando tínhamos um cenário de vendas traçado somente pela atuação de representantes. Estamos considerando gerenciamento de carteira, positivação, itens comercializados por clientes e outros indicadores que monitoramos diariamente. Mas não acredito que haja um modelo certo ou errado; sempre trabalhamos bem com RCAs”, observa. 

A Rio Quality apresentou um crescimento de 20% em 2020, enquanto o mercado de food service amargava um resultado de retração. Em 2021, o faturamento da empresa conquistou um aumento de quase 50%. Marinho atribui o resultado, em parte, à retomada do mercado de food service, ao vigoroso processo inflacionário de reajuste de preços e à  maturação de projetos iniciada em 2017 (por exemplo, atuar com celetistas na área comercial e ampliar o mix – entrando com mais força na categorias de frios e congelados). 

A empresa tem 96% das vendas direcionadas para o food service e 4% para o varejo. Atende mensalmente cerca de 11.500 clientes, sendo a metade da base de clientes formada pela gastronomia, como bares, lanchonetes, restaurantes e cafés; 15% de cozinhas industriais e catering; e o restante dividido entre padarias, confeitarias, hotéis, pousadas e pequenas fábricas de alimentos e de salgados. 

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