De alimentos a cosméticos e itens para cuidados pessoais, as categorias de produtos destinados ao uso de bebês e crianças levam colorido e boas oportunidades de negócios dos pallets do atacado distribuidor para as gôndolas do varejo.
De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), a indústria de produtos direcionados para bebês e crianças está em constante evolução e presenciou mudanças inovadoras em 2022. “O mercado viu o surgimento de produtos com ingredientes exclusivos, embalagens inovadoras e marcas redefinindo suas linhas de produtos. De acordo com a plataforma GNPD, da Mintel, um total de 250 novos lançamentos foram introduzidos no mercado brasileiro ao longo do ano de 2022”, comenta João Carlos Basílio, presidente-executivo da ABIHPEC.
Ele ainda ressalta que o Brasil é o 3º maior mercado consumidor de produtos infantis de HPPC do mundo (segundo dados da Euromonitor de 2022). “Isso demonstra quão relevante é esse consumo e ainda mostra quão estratégico é considerar o potencial desse consumidor, que será o consumidor de inúmeras categorias de produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, no futuro”, avalia.
Vale dizer que o universo de produtos infantis é muito amplo e com variedade, mas há os itens básicos, os diferenciais e os sazonais. “Uma eficiente análise de dados, certamente, promove leituras e tomadas de decisão bastante assertivas quando da definição do sortimento das lojas. O papel do atacadista é fundamental em todas as relações com o varejo. O cumprimento dos acordos é fundamental para que não exista ruptura, porque ela é a forma mais rápida de fazer com que um cliente seja perdido”, comenta Jéssica Costa, sócia e consultora da AGR Consultores.
Para ela, o atacadista distribuidor precisa ter uma relação de confiança com o varejista, tanto no aspecto comercial (preços competitivos) como na eficiência (cumprimento de prazos, de itens e de quantidades). “Além disso, o distribuidor pode ser um diferencial para o varejista, especialmente os menores, com aporte de informações qualificadas como novidades, tendências e lançamentos, entre outras informações. Há tempos, a relação do distribuidor com o varejo deixou de ser de “venda”, mas passou a ser consultiva, principalmente em relação ao mix de produtos. Novamente falamos em “dados”, que nunca foram tão importantes e disponíveis para essas (e tantas outras) relações comerciais”, avalia.
DE ALIMENTOS A COSMÉTICOS Os produtos lácteos têm forte apelo e importância na alimentação das crianças e são presença constante na cesta de compras do shopper, que busca cada vez mais opções que caibam no seu orçamento. “Devido à situação econômica atual, percebemos que os pais (shopper) estão buscando opções que tenham maior relação de custo-benefício, mas o cenário é de crescimento em volume, sendo o canal cash&carry o mais importante para a categoria”, comenta Lisiane Guimarães da Silva Campos, gerente de marketing do Laticínios Bela Vista.
Segundo ela, a variedade no mix permite ofertar opções para as diferentes necessidades dos consumidores e shopper, e, com isso, criar diferenciação versus os concorrentes, agregando valor às marcas, atraindo novos públicos, fidelizando e potencializando o crescimento de vendas e lucratividade.
Na outra ponta da gôndola, destaque para produtos que movimentam esse mercado. Estamos falando das categorias de cosméticos e cuidados com a higiene das crianças. Neste setor, esperamos um crescimento de dois dígitos, em torno de 10%, no mercado infantil. É um mercado promissor e o que impulsiona o crescimento é a atenção dos pais ou cuidadores quanto à saúde das crianças.
Os produtos devem acompanhar as tendências e personagens do momento, acompanhando os itens da linha escolar, cosméticos, com embalagens personalizadas, modernas e antenadas com a preservação do meio ambiente, para que chamem a atenção no PDV e no mercado digital”, diz Tatiana Soares Honorato da Silva, gerente de marketing, beleza e higiene bucal da Condor. Ela destaca que o atacado distribuidor precisa ter das indústrias o mix ideal desta categoria para o pequeno varejo. “Dentro de uma sugestão de mix de produtos, a inclusão de itens essenciais para a higiene bucal infantil, como a escova e o gel dental”, comenta.
CONHECIMENTO Daniel Tiraboschi, diretor de negócios da Unidade de Cabelos da Flora, destaca que o treinamento da equipe é fundamental para garantir que toda a cadeia entenda os objetivos e consiga argumentar de maneira correta na hora da implementação. Vale dizer ainda que, para garantir que o varejo receba um maior mix de produtos e marcas, o atacado distribuidor desempenha um papel crucial.
“Primeiramente, é necessário que o atacado conheça profundamente a categoria de produtos infantis, compreendendo as diferentes necessidades e segmentos do mercado, como os produtos para bebês e para crianças de diferentes faixas etárias”, comenta Eduardo Amiralian, CEO da Phisalia.
Ele ainda afirma que os produtos infantis estão cada vez mais segmentados, oferecendo soluções diferenciadas para cada idade. “Enquanto os bebês precisam de muita suavidade, perfumes delicados e embalagens para facilitar a aplicação por parte do cuidador, os Kids (de 3 a 10 anos) buscam, além da suavidade, um pouco mais de performance para cada tipo de cabelo e embalagens que sejam também atraentes para as crianças”, afirma.
Amiralian afirma também que uma abordagem eficaz é oferecer um mix correto de produtos para cada tamanho de loja. “Isso significa adaptar a variedade de produtos disponíveis de acordo com o perfil e a capacidade de armazenamento de cada estabelecimento varejista. Dessa forma, o atacado pode fornecer uma seleção adequada e diversificada que atenda às demandas específicas de cada loja”, orienta.
