PERFIL DE SUCESSO DISTRIBUIDOR

Do mundo para o Brasil

A Casa Flora, distribuidora e importadora de alimentos e bebidas, faz do seu trabalho algo diferenciado no canal indireto ao longo de seus 53 anos, trajetória que se iniciou a partir da produção de queijo em Minas Gerais

por Claudia Rivoiro

O início foi em Minas Gerais, no município de Três Corações, no vilarejo de Flora, que deu nome ao primeiro produto vendido pelo patriarca, Antonio  Carvalhal, que foi o queijo Flora, produzido em 1955.. Em seguida, os filhos Adilson e Antônio, intensificaram o negócio, sendo o primeiro o responsável  pela abertura da Casa Flora. O irmão Antônio ( já falecido) se juntou a ele para a sua expansão.

Hoje, a Casa Flora Importadora e Distribuidora, com faturamento, segundo o Ranking ABAD/NIQ 2023 (ano base 2022),  de R$ 376 milhões e 300 funcionários, entre diretos e indiretos,  está comemorando, em 2023, os seus 53 anos de histórias e expansão.Com três escritórios, sendo um na região central de São Paulo, onde está a sede da empresa, o segundo  no Rio de Janeiro e o terceiro em Belo Horizonte/MG, e dois centros de distribuição: em Guarulhos/SP e em Campo Grande do Sul, na Grande Curitiba/PR.

Tendo uma frota mista, sendo parte própria e parte terceirizada, e capacidade de armazenamento de 11.000 m2 e 12 mil posições paletes, a empresa, segundo a sua missão, continua o seu trabalho de abastecer o varejo, os restaurantes, os bares, a rede hoteleira e também atacadistas e distribuidores de todo o Brasil com os seus mais de 500 rótulos de vinhos e 166 fornecedores de alimentos e bebidas. Sim! Uma distribuidora e importadora que faz parte do canal indireto e também atua como seu fornecedor.

Os atuais líderes da Casa Flora, Adilson Carvalhal Junior, filho do fundador, e Antonio Pereira Carvalhal Neto, Junior e Neto, como são carinhosamente  chamados, da segunda geração de uma empresa que continua familiar, são primos que mantêm com disciplina os valores da tradição em equilíbrio às novas visões do mercado. Foram eles os responsáveis por iniciarem as importações com produtos dos quatro cantos do mundo.

“Oferecemos uma ampla variedade de produtos provenientes de mais de 20 países em diferentes continentes, totalizando mais de 1.574 SKUs. No primeiro semestre de 2023, a empresa ampliou ainda mais seu portfólio, trazendo novos produtores de vinhos e licores italianos, bem como vinhos da Alemanha e do Líbano. Além disso, estão focados em fortalecer a própria linha de produtos, a marca Flora, que mantém a sua linha de produtos com conservas alimentares, frutas secas, especiarias e o queijo, pois foi com ele que se deu início à marca da empresa e da linha.

“Nosso projeto este ano é relançar a marca com uma nova identidade visual e expandir o portfólio de produtos”, explica Neto. Já o seu fundador, Adilson Carvalhal, tem um papel mais de orientador, não participa mais nas decisões do dia a dia. “O  plano é manter a empresa familiar e com seu DNA, mas cada vez mais profissionalizado e trazendo executivos de fora da família para nos auxiliar na gestão”, conta Neto.

Mas se voltarmos algumas décadas atrás, a vocação de ser um distribuidor e importador veio da forte clientela e da logística de distribuição para todo o Brasil adquirida ao longo dos anos. Foi em  1992, diretamente do Chile, que chegou o primeiro carregamento de uvas secas. Depois vieram os vinhos, produtos gastronômicos, bebidas e acessórios, apresentando um  portfólio e se estabelecendo como forte importador e distribuidor de produtos.

“Nascemos como uma loja e com muito trabalho e pelo fato da Zona Cerealista ser o polo de abastecimento de alimentos no Brasil, rapidamente a loja se transformou em um pequeno atacado, atendendo varejos, bares, hotéis e restaurantes. Em nossa geração, nos anos 1990, iniciamos a importação de alimentos e bebidas mantendo o atendimento aos canais que já tínhamos aderência histórica e expandimos para novos”, relembra Adilson Junior. 

ANO DESAFIADOR A palavra importação nos remete imediatamente ao câmbio, fator para quem lida ser um desafio constante, além da  inflação crescente ser uma preocupação global. Um dos principais fatores que têm impulsionado esse fenômeno é a escassez de matéria-prima, que tem sido afetada tanto pela pandemia de Covid-19 quanto pelas guerras na Ucrânia e no Oriente.

“Um cenário difícil para o mercado de importação, com muitas empresas fornecedoras lutando para encontrar insumos suficientes para permanecer a produção”, explica Adilson Júnior. Para ele, hoje o grande desafio para a empresa é manter seus preços competitivos, assim adota medidas mais assertivas para seguir o crescimento, com a busca pelo equilíbrio entre a tomada de riscos e a garantia da sustentabilidade do negócio”, adianta.

A atenção é constante às mudanças nas políticas comerciais e tarifárias dos países, às tendências do mercado e às preferências e necessidades dos clientes. “O objetivo é sempre focar na qualidade e na eficiência de seus processos de importação. Assim como para levar a melhor precificação possível ao mercado”, observa Antonio Neto.

GESTÃO ATUAL No entanto, a gestão da Casa Flora é otimista. “Difícil falar de um desafio que nunca tenhamos vivido, mas entendo que cada período traz desafios diferentes”, expressa Adilson Junior, que ainda complementa: “É importante lembrar que a economia é cíclica, que os mercados sempre passam por altos e baixos. Embora a situação atual possa ser desafiadora, é possível que as coisas melhorem no futuro à medida que a forte ressaca após a pandemia diminua e as tensões geopolíticas se acalmam”.

Trabalhar com moedas estrangeiras e câmbio exige conhecimento e, como ressalta Júnior, se aprende com o tempo. “Não é simples lidar com isso, pois depende de vários fatores que não temos gestão, mas existem proteções cambiais como o Headge e adequar mix de produtos de acordo com a situação cambial e econômica”, explica.

Durante a pandemia, a partir de 2020, a Casa Flora mudou de sede, abriu mais um canal de vendas, dessa vez o e-commerce e a inauguração do CD em Guarulhos. Para um futuro próximo, Neto adianta que o primeiro passo é consolidar tudo isso que foi realizado nos últimos anos. “E também continuar a tentar melhorar nossa oferta de produtos e serviços para consolidarmos cada vez mais no mercado”, observa, e conclui que o objetivo é intensificar mais a maneira de levar informação das categorias dos produtos que importam e distribuem aos clientes. “E sempre compartilhar momentos ao redor da mesa com uma experiência boa de alimentos e bebidas”, finaliza Neto. 

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