HPC

Relevância na cesta

As categorias de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos têm presença garantida na lista de compras . Para o setor atacadista distribuidor o desafio é levar ao cliente mix e sortimento

Por Adriana Bruno

Entre janeiro e dezembro de 2022, o setor brasileiro de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos apresentou um crescimento de 9,4% na corrente de comércio internacional. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), o percentual soma a cifra de US$ 1,52 bilhão, contra US$ 1,39 bilhão registrado em 2021.

Em geral, as categorias de HPC apresentam um tíquete médio mais alto do que categorias de alimentos, contribuindo assim para o aumento de faturamento, além de apresentar margens mais altas. A afirmação é de Leonardo Cyreno, Head de Estratégia e Inovação na AGR Consultores. Ainda segundo ele, categorias como cuidados com os cabelos são consideradas geradoras de tráfego para o varejo, no entanto são mais fortes em impulso e, consequentemente, mais voltadas para os geradores de lucro. “Essas categorias atendem às necessidades e desejos especialmente do público feminino, que representa cerca de 80% dos shoppers no varejo. Elas ainda têm papel importante para manter a loja atrativa para o consumo”, completa. 

Leonardo Cyreno, da AGR Consultores

Cyreno ainda destaca que sortimento e disponibilidade são fatores-chave para a operação. “O atacadista distribuidor precisa entender as tendências desse segmento, além de garantir sempre novidades para o cliente de sua região de atuação. Esse é um segmento que pede por produtos novos constantemente.Um ponto relevante e na contramão da disponibilidade é o cuidado com os estoques, muitas novidades são lançadas pelas indústrias, o distribuidor precisa ficar atento para não deixar o seu estoque encalhado”, orienta.

Vale destacar ainda que o mercado de HPC é relevante para o faturamento do varejo alimentar, com muitas oportunidades para crescimento tanto em faturamento como em alcance. “Segundo o Radar Scanntech, em 2022 a cesta de produtos de higiene oral teve uma retração de -6,2% em unidades e um crescimento de 7,8% em valor, comparado com o ano anterior. O repasse de preço influenciou em um menor poder de compra e uma retração em unidades”, diz Gerson Grohskopf, gerente de Marketing de Higiene Bucal da Condor. Segundo ele, escovas dentais foi a categoria que teve o melhor desempenho da cesta: -3% em unidades e +8% em valor. “Apesar da queda em unidades, são produtos com alta penetração nos lares, porém, quando cruzamos o número total de escovas dentais vendidas no país pelo total da nossa população, chegamos a um número per capito abaixo de duas escovas por habitante por ano; quando que o indicado pelos dentistas é fazer a troca da escova dental quatro vezes ao ano (a cada três meses de uso). Logo, existe uma oportunidade de duplicar o tamanho do mercado de escovas dentais. Conforme estudo que fizemos com os shoppers da categoria, o varejo alimentar é o canal que eles mais usam para aquisição dos produtos de Higiene Bucal totalizando 87% da amostra”, relata Grohskopf.

Mercado forte

O Brasil tem o quarto maior mercado de beleza e cuidados pessoais do mundo (desde cosméticos para cabelo e pele a perfumes e produtos para higiene), de acordo com dados da Euromonitor; e é o terceiro país que mais gasta com produtos de beleza, segundo uma pesquisa divulgada pela Technavio. 

Considerando que o mercado global de cabelos deve registrar um aumento de 16,9% até 2025 (Euromonitor), a tendência é que as marcas continuem investindo em lançamentos e produtos tecnológicos”, comenta Daniel Tiraboschi, diretor da Unidade Cabelos da Flora. Ele ainda afirma que o atacado distribuidor pode ajudar o varejo na escolha de um mix adequado, dando suporte no PDV e compartilhando informações e benchmarks para uma boa execução, otimizando vendas e rentabilidade. 

DANIEL TIRABOSCHI, diretor da Unidade Cabelos da Flora

 Produtos diferenciados

Outra categoria forte e importante é a de unhas, onde também há uma grande variedade de produtos. “Sabemos que a maioria das decisões de compra acontece no ponto de venda, sobretudo as compras por impulso. Organizar os produtos por categoria (ou interesse) resulta em maiores chances de venda e, consequentemente, mais faturamento para o lojista. A importância de trabalhar com essa categoria é a vantagem da diferenciação, a possibilidade de o cliente encontrar produtos diferenciados em uma loja, fazendo com que o consumidor compre mais vezes”, comenta Samir Silva, diretor-comercial do Grupo Dailus.

Para Silva, construir um relacionamento de confiança com um distribuidor traz diversos benefícios para o negócio, já que a maioria dos distribuidores trabalha como uma extensão da indústria, possui equipe de venda e merchandising especializada na categoria para auxiliar o lojista no que for necessário, desde oferecer treinamentos até sugestões de planograma – guia de execução e outras ações para alavancar as vendas. “Estudos comprovam que a maioria das decisões de compra ocorre no ponto de venda, a Nielsen até já divulgou uma pesquisa “A hora certa de ativar o shoppers” a respeito do tema. Para que um ponto de venda se diferencie, uma boa variedade de produtos é fundamental, além disso, oferecer ao shopper uma loja com gôndolas organizadas e categorizadas, com soluções diversificadas para cada tipo de necessidade, certamente atrairá mais clientes e aumento das vendas.

Um ponto de venda de sucesso é aquele em que o shopper encontra o que busca, até o que não precisa, mas fica satisfeito em encontrar o que busca. Essa é a importância da relação entre o mix de produtos e o sortimento adequado para cada ponto de venda, fatores que são determinantes no resultado do sucesso, ou não, de um negócio”, finaliza Silva.

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