Alimentos seguem puxando alta da inflação durante a quarentena

Embora os números do IPCA 15, do IBGE, para a região metropolitana de São Paulo tenham apresentado deflação no mês de junho, com base nesses dados, a FecomercioSP destaca alta média de 6,45% nos itens mais consumidos na quarentena, instaurada em decorrência da proliferação do coronavírus. Houve uma alteração no padrão de consumo das famílias, com uma variedade muito menor de produtos.

A Federação, ao levar em consideração itens essenciais, montou a “cesta pandemia” com as cinco categorias mais vendidas, das quais todas registraram alta na inflação, na comparação com o mesmo período do ano passado: Alimentação no Domicílio (8,57%); Alimentação e Bebidas (7,1%); Habitação – Produtos de Limpeza (2,78%); Saúde (5,82%) e Cuidados Pessoais (1,86%).

Em Alimentação e Bebidas, os itens que obtiveram índices mais elevados foram os mais procurados para as refeições diárias, como cebola (40,72%), açúcar refinado (25,04%), feijão-carioca (22,98%), maçã (20,25%), batata-inglesa (18,35%), arroz (16,82%), músculo (16,58%), contrafilé (15,18%), leite longa vida (13,79%) e alcatra (11,01%).

Por outro lado, na mesma categoria, sete dos 29 itens analisados registraram queda nos preços: massa semipreparada (-4,87%), palmito em conserva (-2,39%), repolho (-2,06%), refrigerante e água mineral (-2,09%), cerveja (-1,68%), cenoura (-1,33) e café moído (-1,03%).

O grupo de Habitação abrange produtos de limpeza, bastante utilizados para conter a proliferação de covid-19. Por consequência, detergente e sabão em pó ficaram, respectivamente, 10,37% e 4,77% mais caros em relação a junho de 2019.

Já em Saúde, houve alta nos custos dos planos de saúde (6,89%) e das internações e cirurgias (3,43%).

O objetivo do levantamento é mostrar que, para os domicílios que estão focando suas aquisições em itens básicos (alimentos, produtos de higiene, produtos de limpeza e dispêndios com saúde), seja por cautela, seja por restrição orçamentária, o cenário inflacionário é diferente do apresentado pelos órgãos oficiais. Mesmo com o IPCA em níveis baixos, as alterações no ímpeto de consumir por parte das famílias alteram as estruturas de ponderação da inflação e os impactos que possíveis altas podem ocasionar na renda das famílias.

Dessa forma, a variação dos preços refletiu os sinais de uma oferta elevada, em razão das restrições de atendimento presencial impostas aos estabelecimentos, aliada ao declínio no Índice de Confiança das Famílias (-18,8%) em junho. Em contrapartida, as mercadorias essenciais se valorizaram com a alta procura.

Além disso, a aquisição de bens duráveis, por exemplo, exige certo planejamento e, muitas vezes, ofertas de crédito. Contudo, esses quesitos estão escassos no momento, em razão da alta do desemprego e do encolhimento das rendas das famílias.

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