Sem planejamento não há gestão

Por Adriana Bruno

Pouco adianta investir em tecnologia, estratégias, marketing, comunicação se a empresa não tem uma gestão eficiente e planejada de seus recursos financeiros. Muito se fala sobre a importância da saúde financeira, mas o assunto ainda é negligenciado em diferentes segmentos empresariais, porém, com maior evidência no varejo. Para se ter uma ideia, a média do Índice MahaGestão no procedimento de planejamento dos gastos para o varejo é 35, já para o atacado distribuidor é 43, em uma escala de 0 a 100. “O índice Maha representa o nível de maturidade de gestão em que a empresa se encontra na escala Maha (variação de 0 a 100 pontos). “A apuração do Índice é feita com base nas melhores práticas dos processos chaves das empresas, utilizando os fundamentos da Administração”, explica Fábio Túlio, diretor-presidente da Jiva. Segundo Túlio, as empresas, especialmente as pequenas, ocupam grande parte do seu tempo em atividades de operação e controle, negligenciando as atividades de gerência e planejamento. Para ele, isso acontece por motivos variados como escassez de recursos e pessoas, falta de qualificação das pessoas, processos não definidos ou pouco otimizados e gestão centralizadora. “Diante desse cenário, os empresários acabam não separando o tempo necessário para melhoria do negócio”, diz.  ìndice

Riscos

Dentre os principais riscos de uma baixa maturidade na gerência e planejamento estão: a lentidão e a imprecisão nas tomadas de decisões, além de uma grande dificuldade de antever as tendências de merca

Fábio Túlio, diretor presidente da Jiva

do e antecipar possíveis problemas. “Como estamos em um cenário de grandes e constantes mudanças, isso gera uma perda de competitividade no mercado e a baixa eficiência do negócio”, comenta Túlio. O especialista ainda ressalta que o caminho para que os empresários consigam chegar no nível de planejamento é gradativo, envolvendo primeiro a assimilação de conceitos básicos de gestão. “Em termos práticos, a empresa para ter uma gestão de fluxo de caixa, precisa primeiro provisionar as receitas e despesas. Os benchmarks do mercado são aqueles que conseguem desempenhar melhor nos quatro níveis de execução: Operação, Controle, Gerência e Planejamento, atingindo assim um maior nível de maturidade de gestão”, orienta.

Benefícios de uma gestão eficiente

Na operação: maior velocidade nos processos internos, menor custo operacional;

  • No controle: maior qualidade das informações, menos desperdícios e falhas;
  • Na gerência: maior capacidade de tomada de decisões mais rápidas e assertivas frente às mudanças;
  • No planejamento: maior capacidade de antever às tendências e se preparar.

Tudo isso resulta em maior lucratividade e competitividade para a empresa.

Gestão no atacado

De acordo com o Índice MahaGestão, empresas do setor atacadista estão com um nível de maturidade de gestão de 61 pontos. Elas ainda possuem menos de 40% dos seus procedimentos automatizados e não aplicam 30% das melhores práticas de gestão do segmento. “Os maiores desafios dos atacadistas estão no processo de distribuição com procedimentos de emissão de mapas de entrega, separação e montagem de carga. Também em processos financeiros, as informações do nosso banco de dados mostram um alto grau de deficiência em procedimentos como conciliação das movimentações bancárias, análise de fluxo de caixa, provisões dos pedidos de vendas e planejamento financeiro”, avalia Túlio. Ele ainda destaca o gap na análise da necessidade de compras. “A maioria dos atacadistas compra pelo feeling, sem olhar estoque mínimo e máximo, giro, encomendas e isso acaba impactando nos processos de estocagem e financeiro, com produtos parados e capital de giro imobilizado”, afirma.

Um bom começo para solucionar as falhas e colocar a empresa no caminho de uma gestão cada vez mais planejada e eficiente é investir em tecnologia. De acordo com Fábio Túlio, a tecnologia é uma forte aliada e uma mola propulsora para a eficiência da gestão. “Trabalhar com um excelente sistema (ERP) é fundamental, porém, não é suficiente. Recomendamos uma especial atenção aos componentes necessários para uma boa gestão, ou seja, processos, pessoas e sistemas. O mercado de hoje está cada vez mais rápido e competitivo. Trabalhar os três elementos com constância e eficiência é altamente recompensador. Certamente se traduzem em maior qualidade de vida e realização profissional”, finaliza.

 

 

 

 

 

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