Rede do interior inaugura 16 atacarejos em 2017

A disputa no setor supermercadista ganhou força nos últimos quatro anos. O cenário econômico do país leva cada vez mais famílias aos atacadistas que também vendem no varejo.

O crescimento do setor, em média 14% ao ano, é de fazer inveja a qualquer empresário que vivencia os efeitos da crise no varejo brasileiro. Em 2016, as atadistas movimentaram R$ 250 bilhões no país.

A pesquisa mais recente sobre o tema, conduzida pela consultoria Nielsen e divulgada em março, mostra que as vendas nos atacarejos cresceram 12,1% em 2016, contra uma retração de 1% no movimento dos hipermercados no mesmo período. Não é à toa que o Spani, do grupo Zaragoza, do Vale do Paraíba, aproveitou o momento para colocar em prática o maior plano de expansão da rede, que hoje, acumula 25 lojas – das quais, 16 foram inauguradas este ano.

Além da maior disposição dos brasileiros para fazer compras em atacarejos, a crise também abriu melhores oportunidades para negociar descontos no aluguel de imóveis. Cidades como Americana, Bragança Paulista, Marília e Bauru foram as últimas do interior paulista a receber unidades da bandeira, que começou sua operação em 2003, com lojas em São José dos Campos, Cruzeiro e Taubaté.

Nesta semana, foi a vez de Rio Claro, a 175 quilômetros da capital, conhecer a nova loja da rede. Um investimento de R$ 14 milhões, que levou 180 empregos diretos para a região. A inauguração faz parte da nova fase do planejamento de expansão do Spani, que projeta novas lojas num raio de 200 quilômetros da região de Campinas.

Os estudos de potencial de consumo, a disponibilidade de terrenos e imóveis e as negociações obtidas apontam o interior como o melhor investimento a ser feito, de acordo com Flavio Almeida, diretor comercial do grupo.

Se na capital, o desconto médio oferecido para o aluguel no primeiro semestre, foi de 10% sobre o preço anunciado, em cidades menores, esse valor caiu até 30%. Bairros da capital e cidades da grande São Paulo também estão no alvo. Já há lojas em Mauá, Diadema, Guarulhos e no bairro do Butantã, na capital. Nos próximos anos, a expectativa é manter pelo menos seis inaugurações por ano.

Em 2017, a empresa desembolsou R$ 200 milhões com novas lojas, que já registram um volume de vendas 34% superior ao do ano passado. Já o faturamento, que chegou a R$ 1,9 bilhão em 2016, tem apresentado uma alta anual de 8% em cada unidade. A meta é fechar 2017 com R$ 2,2 bilhões para em 2018 alcançar o primeiro trilhão. E embora pareça que 2017 tenha sido um ano fácil, Almeida afirma que não. Durante anos, eles tiveram sua capacidade de expansão represada. “O mesmo grupo que levou mais de uma década para levantar nove lojas, assumiu uma expansão ambiciosa em um ano. Mas, era agora ou nunca”, diz.

Com a economia desaquecida, os descontos oferecidos pelas indústrias nas negociações tiveram variações de até 10%. Os prazos de pagamento também aumentaram, chegando a até 90 dias. Além disso, o volume de vendas aumentou exponencialmente, com a chegada das famílias. Para se destacar da concorrência e fidelizar a nova clientela, o atacado de autosserviço aposta em prateleiras mais organizadas que a de seus grandes concorrentes, como o Assaí Atacadista, bandeira do Grupo Pão de Açúcar, e Roldão.

Também há ampla variedade de marcas para um mesmo produto, além da seção de vinhos importados e embutidos e o serviço de açougue. São mais de 40 mil itens em exposição. A ideia é manter os preços mais baixos para o varejo – entre 6% e 8% mais baratos que os de supermercados – dentro de uma loja mais agradável. O layout envolve serviços para fatiar frios e carnes e lojas bem limpas e desobstruídas, sem caixas e pallets, como é comum entre as atacadistas.

Outra providência importante é o número de caixas a disposição do cliente para evitar filas, mesmo em datas como Natal e Carnaval. Outro dado importante para a expansão da rede é que a operação teve início ao redor da cidade de São José dos Campos. A cidade sustenta uma das mais elevadas rendas per capita do país (R$ 1,2 mil), cerca de 50% acima da média nacional.

O alto padrão de renda somado a oferta de empregos na região levaram Cleber Gomez a fundar a empresa, que hoje, figura entre as 20 principais redes do varejo de alimentos, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

Sem nenhuma participação de sócios ou investimento de outros países, o grupo também é dono de quatro lojas das bandeiras Villareal Supermercados (duas em São José dos Campos, uma em Taubaté e uma em Cruzeiro) voltado para o consumidor final das classes A e B, do Vale do Paraíba.

Fonte Diário do Comércio
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