Hábito de comer em casa alivia impacto da pandemia sobre Unilever

As vendas do segundo trimestre da Unilever caíram muito menos do que o esperado, uma vez que o hábito de comer em casa durante a quarentena pelo coronavírus aumentou a demanda por produtos como maionese Hellmann’s e sorvete Breyers.

As ações da gigante de bens de consumo subiram 9,3% nesta quinta-feira, à medida que o grupo anglo-holandês surpreendeu analistas que esperavam um impacto muito maior nas vendas com o fechamento de restaurantes, escolas e cinemas e locais externos.

“No geral, o forte desempenho da Unilever no período e uma estratégia cada vez mais focada levaram a um suspiro aliviado dos investidores”, disse Richard Hunter, chefe de mercados de investidores interativos.

O núcleo de vendas caiu 0,3% no trimestre encerrado em junho, ante previsão média dos analistas de queda de 4,3%.

O núcleo de vendas na América do Norte subiu 7,3% no primeiro semestre, com volumes de até 20% em algumas categorias, disse o diretor financeiro Graeme Pitkethly em teleconferência. Os Estados Unidos são o maior mercado da Unilever em receita.

“Não vemos sinais de desaceleração na América do Norte”, disse o executivo-chefe Alan Jope a analistas, apesar do aumento de casos de coronavírus nos Estados Unidos, mas alertou que outros mercados não parecem tão fortes.

“Acreditamos que falar sobre uma recuperação rápida é otimista demais. Uma profunda recessão global já começou e estamos vendo os hábitos do consumidor mudarem drasticamente. O desemprego está aumentando em muitos mercados e, mesmo para quem tem emprego, as pessoas estão economizando mais”, disse.

Pitkethly afirmou que a Unilever agora está entrando em sua fase mais difícil na América Latina e na África, onde os casos de vírus estão aumentando.

A Unilever disse que as vendas de serviços de alimentação caíram quase 40% e os sorvetes caseiros em quase 30% no primeiro semestre. No entanto, as vendas de comércio eletrônico aumentaram 49%, com a América do Norte saltando 177%.

Alguns analistas acham que a Unilever pode estar mais exposta à pandemia do que rivais como Procter & Gamble e Nestlé devido à sua maior dependência de mercados emergentes, onde realiza cerca de 60% das vendas anuais.

O núcleo de vendas da Unilever nos mercados desenvolvidos aumentou 2,4% no semestre, enquanto nos mercados emergentes houve queda de 1,9%.

Fonte: Época Negócios

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