Acordo entre varejo e indústria manterá itens de Páscoa nas lojas até fim de abril

Devido à pandemia de covid-19, que prejudicou as vendas de chocolates no varejo, a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab) e a Associação Brasileira dos Supermercados (Abras) fizeram acordo para ampliar a permanência dos produtos sazonais nas lojas até 30 de abril.

As entidades lançaram nesta segunda-feira (13), a segunda etapa da campanha “#VaiterPáscoa”, criada pela agência NBS, para informar aos consumidores sobre o prazo de disponibilidade dos produtos nos pontos de venda, com ações nas redes sociais e também nos supermercados e lojas.

O vídeo da primeira etapa da peça dizia que, mesmo com o distanciamento social, haveria comemoração da data.

A estratégia de prorrogarem a campanha de Páscoa até 30 de abril vai colaborar para diminuir a devolução de ovos pelos varejistas em meio à pandemia de covid-19, disse Ubiracy Fonsêca, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), ao Valor. “A expectativa é de que a devolução não será significativa.”

O dado ainda não é oficial, mas Fonsêca estima que a produção deste ano tenha sido ao redor de 10 mil toneladas de ovos e figuras de Páscoa, volume parecido com o de 2019. Os números serão conhecidos somente após a apuração das vendas da temporada. Em 2018, foram fabricadas 11 mil toneladas.

Doações

Como se trata de um produto sazonal, a maioria das varejistas compra os produtos em consignação, ou seja, o que não é vendido retorna para a indústria. Depois, os ovos são incinerados. Boa parte da produção do setor ainda foi doada às comunidades carentes, hospitais e abrigos. Também foram recolhidos das lojas de shopping centers e revendidos para pequenos e médios varejistas no interior do país.

A Abicab considera que as vendas na última sexta-feira (10), sábado (11) e domingo (12) foram boas, considerando o atual cenário econômico, mas não como nos anos normais. “Nós sabemos que a situação é complicada e que todos os segmentos da economia serão afetados”, disse o executivo, a respeito do impacto na disposição do consumidor para comprar produtos sazonais.

“Muitos dos consumidores não puderam se deslocar para comprar ovos porque em alguns Estados o trânsito entre cidades foi proibido. Apesar de os supermercados terem vendido bastante, os shoppings estavam fechados, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro”, disse Fonsêca.

Caberá a cada varejista decidir se vai aderir ao acordo feito entre Abicab e a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Normalmente, as parreiras são desmontadas na semana seguinte ao domingo de Páscoa. A entidade dos fabricantes ressaltou que a iniciativa é importante porque com vendas maiores é possível manter os empregos.

Fonsêca disse que as indústrias deram férias coletivas para não demitirem os funcionários. “Não sabemos até quando teremos este problema [da pandemia]. Avaliamos a situação a cada dia. São 70 empresas associadas, sendo a maioria de grande porte, mas também temos médias e pequenas.”

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