Supermercados vendem mais, apesar da inflação

A alta de preços de 3,4% entre janeiro e maio deste ano e de 8,15% em 12 meses até maio, verificada numa cesta de 35 produtos (como alimentos, materiais de limpeza e higiene) entre os mais vendidos pelos supermercados, não impediu uma reação das vendas dessas companhias. Entre maio de 2018 e maio de 2019, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o crescimento real das vendas do setor atingiu 2,92%. Foi o melhor resultado em sete anos, segundo o presidente da entidade, João Sanzovo. Ficou claro o contraste entre o ritmo de vendas dos supermercados e o da atividade econômica.

Os produtos da cesta básica da Abras englobam os principais alimentos consumidos pelas famílias. O comportamento das vendas desses itens é, portanto, indicativo de que as famílias conseguiram alguma melhora no padrão alimentar nos primeiros cinco meses do ano, o que é um sinal positivo – ou menos negativo – das condições de emprego e renda. A última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua mostrou uma leve diminuição do desemprego. É possível que os efeitos da melhora estejam subestimados.

Os preços dos principais itens da cesta básica da Abras oscilaram muito em 2018 e 2019. Em 12 meses até maio, por exemplo, os preços da batata aumentaram 68,26%, do feijão subiram 56,12%, do tomate cresceram 46,07% e do frango congelado avançaram 24,14%. Mas, se for tomado apenas o mês de maio em comparação com abril de 2019, houve fortes quedas de preços da batata (-6,85%), do feijão (-13,08%) e do tomate (-12,73%). Nessa comparação mensal, houve deflação de 0,72% na cesta da Abras, apesar das altas dos preços de arroz, papel higiênico, frango congelado e leite longa vida. Na Região Sudeste, a deflação foi de 0,97%.

Entre abril e maio, houve queda de 1,46% no faturamento dos supermercados, o que foi atribuído a um fato sazonal (as vendas de Páscoa, que neste ano beneficiaram os dados de abril).

No comunicado mensal sobre a atividade do setor, Sanzovo destaca a importância da reforma da Previdência para “a evolução sustentável da economia e do ambiente empresarial”. Mas a correlação entre Previdência e atividade de supermercados não é clara, a menos que se refira aos efeitos positivos de um aumento dos investimentos das empresas.

Fonte Estadão
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