NRF 2025: IA continua no topo, mas como co-piloto
O maior evento de varejo do mundo, a NRF 2025, comemorou 115 anos de existência e foi realizado no Javits Convention Center, em Nova York, de 12 a 14 de janeiro.
A NRF 2025 teve como tema “Game Changer” (expressão conhecida como “divisor de águas”) contou com a participação de milhares de pessoas, mais de 100 países presentes e cerca de mil expositores.
A delegação brasileira compareceu em peso com 3 mil pessoas. Como não poderia deixar de ser, a Inteligência Artificial continua no topo das discussões. A DISTRIBUIÇÃO ouviu Olegário Araújo, consultor e Cofundador da Inteligência 360, pesquisador do FGVcev – Centro de Excelência em Varejo da FGV EAESP e membro da SCIP – entidade internacional que congrega os profissionais de estratégia e inteligência competitiva, para saber mais do tema e a sua aplicação no canal indireto.
Abordagem pé no chão
Segundo ele, a abordagem neste ano foi muito mais pé no chão. “Como usar a IA nos meus negócios? A concorrência está aí e precisa usar para fazer tarefas repetitivas, com mais precisão, velocidade e documentação”, destacou. Araújo ainda explica que no caso do distribuidor, a IA pode ajudar com o cliente, o varejista, a programar melhor as compras. “Invés de passar para tirar pedidos, entender sim qual mix de produtos seria interessante, afinal há o histórico da loja. Já se faz isso, mas com IA pode se fazer muito mais. É um olhar para a frente, ajudar nas previsões, em termos de vendas, preços e o papel do vendedor/RCA como um consultor, empoderando esse profissional, facilitando para ambos”, observou.

IA como co-piloto
Em sua análise, Araújo também abordou que a IA generativa pode ser utilizada para obter mais e melhores resultados nos negócios, com dicas para vender mais e oferecer esse conteúdo aos varejistas/clientes. “Gosto muito de pensar na IA como um co-piloto, facilitando o trabalho, mas claro que se precisa ter um pensamento analítico, facilitador, afinal é a era do conhecimento colocada na prática. Melhorar a eficiência para ser mais competitiva, empoderar a equipe com informação para facilitar o trabalho nas visitas, nas televendas e usada para apoiar o varejista, que traz precisão, com muitos dados”, destacou.
Ele ainda ponderou que a IA não vai substituir o humano na emoção e na razão. “Acredito que estamos entrando na era relacional entrando no afetivo, no cognitivo e na liderança. Estamos vivendo em um mundo de mudanças rápidas, e aí entra o propósito da liderança, trazendo a equipe de profissionais para fazer parte do processo, dar um significado para as pessoas em um mundo de muitas incertezas”, finalizou.
Suporte em tempo real
No evento foi destacado que a IA tem sido utilizada até mesmo na capacitação de novas equipes, proporcionando suporte em tempo real por meio de chatbots e assistentes virtuais.
Essas ferramentas ajudam os colaboradores a responder perguntas complexas com mais confiança e rapidez, garantindo um atendimento mais eficiente.
Palestras
O primeiro dia contou com nomes como John Furner, CEO do Walmart; Doug Herrington, CEO da Amazon Stores; Azita Martin, vice-presidente da Nvidia e responsável pela área de varejo na empresa; e Josué Schulman, diretor executivo da Burberry.
Já no segundo dia contou com nomes como Artemis Patrick, CEO da Sephora; Harley Finkelstein, CEO da Shopify; e Tommy Hilfiger, fundador e designer principal da Tommy Hilfiger Global.
No último dia, a empresária Kate Ancketill, CEO da GDR Creative Intelligence, explicou como os varejistas devem estar perfeitamente posicionados para fornecer convergência entre tecnologia e conexão humana e David Solomon, Chairman e CEO do Goldman Sachs, que discorreu sobre a economia global, mercados de capital, o cenário geopolítico, o impacto da IA generativa e muito mais.