Exclusivo: Crise afeta hábitos de consumo no mercado de bebidas

Em tempos de incerteza econômica, o mercado de bebidas alcoólicas e não alcoólicas também sente os reflexos do endividamento do consumidor e de um bolso mais apertado e com menos renda disponível para o consumo desses itens fora e dentro do lar. Se, por um lado, a venda de bebidas em bares e restaurantes diminui ou acontece com menor demanda do que em anos anteriores, a comercialização de bebidas nos supermercados e nas lojas de conveniência para o consumo em casa cresce, “com a tendência de se ter o bar em casa”, diz Daniel Souza, líder para a Indústria de Bebidas da Nielsen.

Por outro lado, apesar de ocorrer uma intensa migração de categorias dentro de casa, dependendo dos hábitos, dos momentos favoritos e das ocasiões efetivas de consumo, ainda assim, as oportunidades para as indústrias que atuam nessa área são grandes, aponta o executivo. “O papel dos saudáveis também precisa ser levado em consideração porque, ao mesmo tempo em que estamos em crise, há um consumidor que está preocupado com a salubridade. Então, existe espaço para a inovação e para oferecer uma proposta de valor que o consumidor se dispõe a pagar porque não é verdade que o consumidor está economizando em tudo, pois, dependendo da interação ou da relação que ele tem com determinada categoria de produto, ele economiza em uma para manter a outra. Isso acontece”, afirma Souza.

A seguir, o consultor fala sobre o mercado de bebidas no País e as principais movimentações do consumidor brasileiro nesse segmento.

 Como está, atualmente, a movimentação do consumidor e o mercado de bebidas?
O mercado de bebidas segue o que está acontecendo com o consumo em geral. Atualmente, o poder de compra do consumidor caiu muito, além de estar espremido por uma inflação que, ao longo do tempo, corroeu e continua corroendo o salário do trabalhador. Ao mesmo tempo, aumentou muito a pressão exercida pelo desemprego sobre a economia. Por causa de tudo isso, o consumidor precisa fazer mais escolhas. Essa necessidade implica, em um primeiro momento, no fato de que o consumidor faz uma triagem para saber no que ele vai economizar.

No que ele está economizando?
Na eletricidade, no telefone, e assim por diante. Em um segundo momento, a economia recai no entretenimento fora do lar. Então, quando o consumidor começa a economizar na rua, a economizar com a parte de lazer, é obvio que a indústria de bebidas também sofre, pois, quando se avalia o volume de bebidas que é consumido em situações de lazer, fora do domicílio, em bares e restaurantes, constata-se que ele cobre uma parcela muito importante do consumo, mais da metade do mercado.

Qual a categoria que sofre mais com a crise, a de bebidas alcoólicas ou a de não alcoólicas?
Na verdade, todas as categorias sofreram muito em 2015, mas também temos uma composição de dificuldades que vieram de 2014, ano em que houve um verão muito intenso e que também foi o ano da Copa do Mundo de Futebol. Então, a nossa base subiu muito, e agora, com tudo isso aliado às dificuldades ainda maiores que estamos vivendo no momento, a queda parece um pouco maior. É claro que todas as categorias sofrem. Porém, as maiores categorias, principalmente cervejas e refrigerantes, sofrem um pouco mais. No caso dos refrigerantes, o consumidor adere a uma migração para produtos mais baratos, ocorrendo também alguma retração do consumo.

Leia a matéria completa na ed. 280 da Revista Distribuição. Clique aqui!

Notícias Relacionadas
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.

DB DigitalReceba no seu email

DB DigitalReceba no seu email