Carrefour coloca quatro CDs à venda

O Carrefour vem tentando encontrar um sócio minoritário para seu negócio imobiliário mas, na dificuldade de encontrar um parceiro no curto prazo, colocou à venda quatro centros de distribuição, apurou o Pipeline.

companhia quer cerca de R$ 1 bilhão pelos CDs de Osasco, Porto Alegre, Recife e Salvador, onde seguiria como inquilina num contrato de longo prazo. Fontes de mercado avaliam que, dado o contexto de juros e estresse de crédito, as propostas devem vir mais perto de R$ 650 milhões a R$ 750 milhões.

A companhia quer controlar a alavancagem e a despesa financeira – que, ainda que continue em patamar considerado bastante razoável pelos analistas, aumentou após a compra do BIG, e a empresa não quer riscos no novo cenário macro. A dívida líquida sobre Ebitda ajustado, incluindo recebíveis, ficou em 1,21 vez em dezembro – bem abaixo dos 2,26x do terceiro trimestre, mas ainda acima dos 0,43x de um ano antes.

Em novembro, o Carrefour comunicou ao mercado que tinha iniciado estudos para um carve-out da operação imobiliária, que soma mais de 450 ativos, entre lojas próprias, shoppings e galerias e banco de terrenos. Segregada, a Carrefour Real Estate avaliaria uma venda de participação minoritária na empresa.

A companhia contratou o Itaú BBA como assessor financeiro na busca de sócio, apurou o Pipeline. No mercado, a avaliação é que o portfólio da Carrefour Property valha cerca de R$ 10 bilhões a R$ 12 bilhões – o Carrefour Brasil todo vale em bolsa hoje R$ 27 bilhões.

Demandaria um cheque da ordem de R$ 3 bilhões para uma participação na casa de 25% a 30%, como a varejista sinalizou a potenciais interessados. Mas a dificuldade, segundo fontes a par do processo, tem sido encontrar um sócio que possa dispor de um montante dessa magnitude para ser minoritário de multinacional. Por isso a alternativa seria vender ativos inteiros, entre aqueles mais líquidos.

Mas o Carrefour deve continuar buscando um sócio estratégico para o negócio no médio prazo, disse uma fonte, que adicione experiência em ativos multiuso. “Na Pamplona, por exemplo, a vacância é alta e é um modelo que gerou alguma insatisfação aqui e lá fora. Além disso, o momento da economia não permite esse tipo de investimento sozinho, a empresa quer monetizar o que não é core e não achatar o lucro líquido com despesa financeira”, disse uma fonte.

No ano passado, o Carrefour vendeu 14 lojas para as redes Mateus e Asun – neste caso, parte do acordo com o Cade para efetivar a compra do BIG.

Fonte: Valor Econômico

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