Assaí vê consumidor menos endividado, mas crê que é preciso mais tempo para confirmar melhora

A rede de atacarejo Assaí sinalizou que tem tido uma atenção maior com o desempenho das margens, num momento em que o consumidor ainda está “ligeiramente” mais endividado, e o cenário geral de vendas — apesar de melhor que o de 2023 — gera incertezas. A companhia realizou teleconferência de resultados para o período de janeiro a março na manhã de quinta-feira (25).

Segundo Belmiro Gomes, presidente da companhia, é preciso acompanhar mais um trimestre para verificar se a melhora de cenário é consistente. O executivo disse que houve um ambiente de maior equilíbrio nos avanços entre rentabilidade e receita no primeiro trimestre, e a empresa tratou de acelerar ações voltadas para o ganho em margens.

As vendas brutas da rede alcançaram R$ 18,8 bilhões de janeiro a março, alta de 14% sobre 2023, com maior maturação da expansão e performance das lojas com mais de 12 meses (chamadas “mesmas lojas”). Essas unidades tiveram uma expansão de 5,2%, sendo que no quarto trimestre, a alta alcançou 2,9%. Um ano antes, o crescimento foi de 7,2%.

A margem bruta subiu 0,4 ponto percentual, para 16,2%, e a margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 0,8 ponto, para 7,1% de janeiro a março, frente ao ano anterior. O lucro líquido caiu 16,7%, para R$ 60 milhões. A empresa registrou lucro operacional (antes de imposto de renda) frente a um prejuízo no primeiro trimestre, mas por conta de um ganho menor de imposto de renda neste ano, o lucro líquido recuou no período.

Consumidores finais

A atacadista ainda sentiu um aumento na demanda para consumidores finais, mas um ritmo menor na venda para as companhias, que são grandes compradoras do atacarejo. Cerca de 40% a 45% das vendas do Assaí são para pessoas jurídicas, e o restante, para consumidores pessoa física.

Sobre a questão dos impostos, Gomes disse que o aumento de alíquota de ICMS dos Estados, com a alta em até 14 Estados desde janeiro, eleva o custo de produto vendido pela empresa, que subiu quase 14%, para R$ 14,4 bilhões.

Ainda afirmou que houve um impacto da inflação no primeiro trimestre, por causa da alta na carga tributária definida pelos governo estaduais.

Internamente, a companhia ainda mencionou que sentiu uma inflação de custos para construção de lojas neste ano, embora menor do que em anos anteriores. Gomes afirma que esses aumentos até desaceleraram neste ano, mas a inflação de matérias-primas continua num patamar geral alto. A empresa investe cerca de R$ 70 milhões, em média, em uma nova loja.

Fonte: Valor Econômico

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