As lições da NRF 2022

O crescimento entre 4,5% e 5% estimado para o PIB de 2021 ficou bem acima das previsões iniciais e reflete o esforço e a resiliência das empresas, que tanto sofreram com a pandemia em 2020. Contudo, 2022 traz novos desafios. O avanço de 2021 deu-se sobre uma base bastante deprimida; portanto, o crescimento esperado para 2022 é forçosamente mais modesto.

Também é preciso considerar que começamos o ano com inflação em alta, desemprego ainda expressivo e famílias muito endividadas, aspectos que prejudicam o consumo. Os juros altos também reduzem os investimentos das empresas e desestimulam a concessão de crédito.

Dessa forma, nos deparamos com um cenário ainda mais desafiador do que no ano passado. E as empresas, sejam indústrias, atacadistas distribuidores, varejistas ou prestadores de serviços, vêm procurando formas de driblar essas dificuldades em busca de sobrevivência e crescimento.

Neste início de ano, estivemos em Nova York participando da NRF 2022: Retail’s Big Show, evento conhecido por apresentar cases de sucesso ao redor do mundo e apontar as principais tendências do varejo. De lá, destacamos alguns aspectos que dominaram a pauta de discussões e que gostaríamos de compartilhar: a relevância da adoção dos princípios ESG (Environmental, Social and Governance), trazendo uma preocupação crescente com sustentabilidade e inclusão; aprimoramento da experiência de compra e consolidação das mudanças do comportamento do consumidor, cada vez mais à vontade no ambiente online; e a logística despontando entre as questões mais estratégicas para as empresas.

Falando mais de perto ao nosso setor, acreditamos que as questões logísticas e a transformação digital, que já vem impactando a relação entre o nosso setor e seus fornecedores e clientes, sejam as mais relevantes. São duas áreas altamente dependentes de tecnologia e que devem continuar a estar no topo da lista dos investimentos das empresas que querem manter-se competitivas.

O ESG também não deve ser desconsiderado: o consumidor assumiu uma postura e não se importa em pagar mais pelo produto quando ele vem de uma empresa socialmente responsável.

Em resumo, acreditamos que atacadistas, distribuidores e varejistas de todos os portes devem estar preparados para mergulhar no mundo digital, rever a gestão de seus processos e aperfeiçoar indicadores como adaptabilidade, satisfação do consumidor, leitura da jornada de consumo. Há grandes expectativas dos clientes em relação ao fornecimento de produtos e serviços que é preciso suprir, para continuar no jogo.

Um bom começo de ano para todos nós!

Leonardo Miguel Severini

Presidente da ABAD

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