Coronavírus: indústria de material de limpeza se adapta às mudanças de consumo
Por Adriana Bruno
O segmento de material de limpeza foi um dos que mais sentiu os efeitos do coronavírus e a indústria está no centro deste cenário. A demanda aumentou 1.700% para os fabricantes o que fez surgir a necessidade de mudanças rápidas nesse setor. “Estamos trabalhando com o objetivo de garantir o abastecimento do mercado com produtos de necessidade básica e de extrema importância nesse momento de pandemia. Também foram feitas mudanças nas ações de comunicação, pois entendemos que o mais importante agora é auxiliar a população com conteúdos informativos sobre como se prevenir e quais os produtos que ajudam a combater o coronavírus”, comenta Cesar Augusto Centrone Nicolau, Diretor de Marketing da Ypê.
O executivo ainda acrescenta que o consumidor mais do que nunca está buscando mudar seus hábitos. “Há uma atenção especial à saúde, no que tange os cuidados com a higiene pessoal e da casa. Dessa forma, existe um aumento na procura por produtos que atendam a essa demanda. Porém, ainda é cedo mencionar qualquer dado de mercado”, comenta.
Outra empresa que também sentiu os efeitos do coronavírus em seu negócio foi a Start Químca.
De acordo com a empresa, após a confirmação dos primeiros casos do coronavírus (COVID-19) no Brasil, a demanda por álcool em gel cresceu significativamente, o que levou a um aumento de mais de 30% na produção. “A produção de álcool em gel deu um salto de mais de 80% ao dia na produção, somente em fevereiro. Também tivemos aumento na demanda de água sanitária, em proporção menor”, conta Rezende.
Ainda segundo ele, a empresa está trabalhando em três turnos para atender a procura e honrar os compromissos firmados. “Estamos concentrados principalmente em suprir a demanda interna, pois queremos dar prioridade aos brasileiros, além das exportações para Estados Unidos, países da Europa e China. Não temos como prever o tempo que irá manter esse cenário. Estamos vivenciando um momento histórico de pandemia. É uma novidade para todos”, reforça.
Transformação
O momento também é de transformação para Leonardo Castelo, CEO da Ecoville. “Nossa projeção é de crescer durante e pós crise. O momento nos deu oportunidades de avaliar nossas competências e colocar em prática outros canais de venda que estamos trabalhando a um tempo como o aplicativo, marketplace, delivery e venda através de mídias sociais, no final, a pandemia nos mostrou novos caminhos”, diz.
A Ecoville registrou maior demanda em produtos a à base de álcool, a base de cloro e desinfetantes. “A demanda cresceu muito, estas rotinas de higiene dos ambientes deveriam ser uma rotina a ser mantida com disciplina pois as bactérias e vírus sempre existiram, mas a população somente se dá conta da importância em momentos como estes”, alerta Castelo.
Ele ainda diz que após a pandemia a empresas não serão mais as mesmas, com este cenário entenderam o quanto precisam estar inseridas dentro de plataformas, marketplaces e e-commerce, não bastando estar presente fisicamente, os clientes vão querer cada vez mais comodidade.