Indústria da limpeza mantém estabilidade no País

A indústria da limpeza encerrou o ano de 2021 com os níveis de produção estáveis, quando comparados com 2020 e 2019. “O que é um grande resultado, quando comparado à produção industrial e ao próprio PIB nestes anos”, sublinha o diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional (Abipla), Paulo Engler.

A produção no setor já crescia mais do que a indústria em geral mesmo antes da pandemia. “Mas como um todo, ele tem registrado bons resultados especialmente por conta de lançamentos e inovações da indústria. O setor de saneantes investe muito em Pesquisa e Desenvolvimento, então é um mercado que sempre recebe muitas novidades”, garante Engler.

Hoje existem no País 2,6 mil fabricantes de produtos de limpeza registrados na Anvisa, que são responsáveis por cerca de 85 mil empregos diretos e um faturamento de R$ 30 bilhões. Minas Gerais concentra cerca de 700 dessas empresas e é o segundo maior polo industrial do segmento.

Segundo Engler, Minas é estratégica em diversos pontos. “O Estado oferece todas as condições para que a indústria se desenvolva, como disponibilidade de matérias-primas, estrutura logística, mão de obra qualificada, além de abrigar um importante mercado consumidor”, explica.

Nos últimos anos, por conta da pandemia, o segmento de desinfecção teve um grande aumento de demanda. Aumentou a procura por itens como água sanitária (o nível de produção cresceu 11,31% em 2020) e detergentes (registraram alta de 25,9%, em 2020). Mas a indústria também teve dificuldades na obtenção de insumos e componentes.

“Ainda há uma pressão de preços em alguns itens, mas não temos enfrentado falta de insumos ou mesmo embalagens. Nossa volatilidade, nos últimos anos, está mais relacionada aos desdobramentos da pandemia. Tivemos dois grandes picos de produção: entre fevereiro e julho de 2020 e entre fevereiro e maio de 2021, justamente os períodos mais críticos da pandemia no Brasil”, afirma.

Apesar da pressão nos custos de matérias-primas, combustível e energia, os artigos de limpeza acumularam alta de preços bem menores que a inflação, tanto que, em 2021, a cesta de produtos de limpeza fechou com alta de 6,84%, ante 13,05% da categoria Habitação (da qual os artigos de limpeza fazem parte) e 10,06% do IPCA. “Nossos produtos são muito sensíveis a preços, mas os fabricantes não repassaram todos os custos”, informa o diretor executivo da Abipla.

Expectativa para 2022

Para 2022, a projeção da entidade é de um crescimento de 2% do setor, mesmo com vários desafios a superar, como a moeda desvalorizada e alto custo de energia e combustíveis, ”além de estarmos em um ano eleitoral, que é, naturalmente, volátil”, aponta o dirigente. Outra questão tratada com atenção pelos fabricantes é que os produtos são muito baratos e, às vezes, por conta do preço do combustível, o frete sai mais caro do que a carga.

O setor promete boas novidades nas prateleiras, além da manutenção dos hábitos de higiene das pessoas. “A sociedade se conscientizou de que ao higienizarmos ambientes e superfícies de maneira adequada, nos protegemos de uma série de doenças, não só da Covid-19. Como dizemos, os saneantes são uma espécie de primeira vacina contra contaminações”, diz Engler.

Fonte: Diário do Comércio

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