Querer, saber, fazer

Não é segredo o fato de que o mercado tem se apresentado extremamente desafiador nos últimos semestres. Além das desconfianças na arena política, que ressurgem a cada nova menção a integrantes do governo nas investigações derivadas da Lava Jato, temos assistido à lentidão da retomada econômica, lentidão essa que parece não fazer caso dos bons indicadores que já surgem no horizonte.

A inflação vem caindo, assim como a taxa básica de juros. A disposição do governo em fazer as reformas necessárias trouxe o risco-país para o menor patamar desde 2015. O real vem se apreciando perante o dólar, que desde o início do ano permanece abaixo de 3,20 reais. Nada disso, porém, surte o efeito desejado, que é o crescimento da atividade econômica da produção, do investimento e do consumo. O Brasil ainda se encontra em compasso de espera, e a palavra de ordem é… cautela.

O setor produtivo já está escaldado pelos solavancos econômicos anteriores e, com certeza, prefere aguardar antes de tomar qualquer decisão. Quanto ao consumidor, ele está pouco à vontade para retomar o padrão de vida que tinha antes da crise. Ele não se sente seguro e prefere poupar a consumir, restringindo-se ao básico e indispensável, uma vez que a maioria dos analistas avalia que a taxa de desemprego, que já está alta, poderá aumentar ainda mais antes de recuar, já no segundo semestre de 2017 ou no início de 2018.

Como empresários, queremos que o País dê certo, que o emprego cresça e que as empresas prosperem, proporcionando um justo retorno aos seus investidores. Desse modo, o atual cenário nos impõe duas tarefas urgentes: colaborar com o que estiver ao nosso alcance para impulsionar a atividade econômica o quanto antes e aperfeiçoar nossos conhecimentos a fim de lidar de maneira eficaz com a retração persistente do mercado, pelo bem do nosso setor e das nossas empresas.

O vigor econômico sempre deriva da confiança de quem investe, produz e emprega. E a confiança, por sua vez, floresce em meio a um ambiente regulatório e concorrencial sadio. A ABAD, por meio de suas assessorias política e jurídica, continua a trabalhar junto ao Congresso nacional e ao Poder Executivo em temas próprios e específicos, e também em temas comuns às demais entidades que compõem a Unecs – União Nacional das Entidades do Comércio e Serviços.

Acreditamos que a presença institucional e política consistente da ABAD é indispensável para garantir as condições legais e normativas em vista de um crescimento sustentado da economia e do setor.

O conhecimento, por sua vez, tem sido um tema de enorme importância dentro da entidade, e estamos trabalhando por ele em várias frentes. Em particular, estamos empenhados em estreitar nossa aproximação com a indústria fornecedora para aprofundarmos nosso entendimento sobre o mercado, em um processo de ajuda mútua que visa trazer ganhos para toda a cadeia de distribuição.

Além disso, neste ano, reformulamos e aperfeiçoamos o questionário do Ranking ABAD/Nielsen visando melhorar ainda mais a qualidade dos dados colhidos. Também estamos debatendo mudanças e melhorias na pesquisa mensal do Banco de Dados da FIA – Fundação Instituto de Administração da USP – Universidade de São Paulo, para que ela se afirme como uma ferramenta cada vez mais útil para os gestores do setor. Além disso, estamos investindo tempo e recursos no aprimoramento dos programas de capacitação da ABAD, com inovações que traremos a público oportunamente. Todo esse empenho reflete nossa convicção de que querer, saber e fazer são três verbos indispensáveis à superação e ao sucesso, e que por isso constituem a base das nossas ações. Encerrando, parabenizo a revista DISTRIBUIÇÃO que está comemorando seus 25 anos de jornalismo em prol da cadeia de abastecimento.

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