Consumidor de supermercado transita bem entre on e off-line

Pelo menos 66% dos consumidores de supermercado estão cada vez mais interessados em fazer compras on-line. Mas ao mesmo tempo, 7 em cada 10 deles também frequentam diversos estabelecimentos para compras no mês, em especial nos formatos atacarejo e vizinhança. 

Os dados são do estudo “Comportamento do Consumidor”, da Associação Paulista de Supermercados (APAS), realizado em parceria com as empresas de pesquisa Scanntech e Shopper Experience, e divulgados na feira APAS Show nesta terça-feira (14/05). 

Baseado em uma amostra de 1.047 pessoas em todo o Brasil, o conteúdo destaca mudanças significativas nas preferências e hábitos de compra dos consumidores. 

No caso dos compradores on-line, há outros tipos de motivações dos clientes, como a conveniência e a facilidade de encontrar preços competitivos, refletindo uma mudança na mentalidade do consumidor, destacou Carlos Corrêa, diretor geral da APAS. Aqui, a participação, que era de 16% antes da pandemia, ficou acima de 67% em 2023. 

Já para as compras realizadas para a casa em lojas físicas, além da tendência crescente de visitar diversas lojas no mês, vai um destaque especial para os consumidores da Classe A, onde 83% relataram explorar diferentes opções de estabelecimentos. 

“Há uma expansão do omnichannel, e os diferentes canais têm crescido de modo harmônico desde os grandes mercados até as lojas de bairros”, destacou o diretor. 

Os dados também mostram uma preferência contínua por compras mensais, com 81% dos entrevistados relatando essa prática em 2024. Houve ligeira queda nas compras de reposição (70% em 2024, contra 73% em 2023) e de emergência (36% contra 38%). 

“É importante que as lojas físicas valorizem as experiências dos clientes, pois é um dos fatores que mantém os consumidores atraídos por essas lojas. Como por exemplo com degustações, pois isso incentiva o consumidor a gastar mais”, explicou Felipe Queiróz, economista da APAS. 

Quando questionados sobre o que faz concentrar suas compras em uma única loja, 34% apontaram preço baixo como fator principal, seguido por praticidade e comodidade (18%); tem tudo que necessita (15%); localização (14%); promoções e ofertas e confiança na loja (10%); variedade de produtos e otimização de tempo (7%); agilidade no atendimento e entrega (6%); qualidade dos produtos (5%); bom atendimento (4%) e melhor custo-benefício (3%).

“Aspectos associados à conveniência representam mais de 50% das menções. Isso é um dado muito importante para que as empresas fidelizem seus clientes”, complementa Corrêa.

MUDANÇA DE HÁBITOS

Outro destaque da pesquisa é a crescente preocupação do consumidor com hábitos alimentares saudáveis, com 57% dos entrevistados procurando manter a boa alimentação em suas refeições, uma alta de 4% em comparação com 2023.

“Percebemos que os produtos saudáveis cresceram de forma acelerada em todas as cestas com os perecíveis em alta e bebidas com maior crescimento”, segundo o economista Felipe Queiroz. 

Uma análise das vendas de alimentos saudáveis mostrou um crescimento significativo em categorias como frutas (44%), legumes (18%), verduras (26%) e água de coco (26%).

De acordo com o economista, à medida que o setor de supermercados se adapta às novas realidades do mercado, o estudo destaca a importância de compreender e antecipar as mudanças nas preferências e comportamentos do consumidor.

“Questões como a valorização da experiência na loja física, a diversificação das escolhas de produtos e aumento do interesse em alimentos saudáveis apresentam desafios e oportunidades para os varejistas”, aponta Queiroz.

Mas os gastos diminuíram. Pelo estudo, os gastos médios em supermercados diminuíram ligeiramente entre 2023 e 2024 em todas as classes: na A, de R$ 2.741,87 em 2024, contra R$ 2.909,62; na B, R$ 1.097,08 contra R$ 1.192,12, e na C, R$ 686,44 contra R$ 767,26.

SOBRE O SETOR

Com faturamento que representa 30% do total nacional e participação de 9,3% no PIB, São Paulo continua o principal representante do setor supermercadista do país. Em 2023, o faturamento dos supermercados paulistas atingiu R$ 300 bilhões, impulsionado pela presença predominante de pequenos estabelecimentos, que representam 61% do total, com mais de 23 mil lojas espalhadas pelo estado, a maioria delas de micro e pequeno porte. 

“O ano de 2023 foi primeiro da volta do crescimento de unidades, e 2024 é um ano de crescimento saudável, com retorno de fluxo nas lojas”, completou Corrêa. 

O estudo também mostra que o setor supermercadista contou com mais de 669 mil pessoas empregadas diretamente em 2023, com perfil diversificado da força de trabalho, sendo 27,9% dos colaboradores com idade até 24 anos e participação de PCDs em diversas categorias.

Fonte: Diário do Comércio

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