Equidade de gênero ainda é desafio nas empresas mesmo comprovadamente melhorando resultados

Ainda na 42ª Convenção Anual do Canal Indireto – ABAD 2023 ATIBAIA, um segundo painel abordou a temática ESG, porém, desta vez, com foco na igualdade e equidade de gênero no mercado de trabalho.

Com mediação de Cris Guterres, jornalista, escritora e apresentadora, e de Alessandro Dessimoni, da DBA Advogados, o painel Movimenta na ABAD, reuniu um time de grandes mulheres do setor para falar sobre os desafios de ser uma minoria e lutar pela conquista de direitos em uma área predominantemente masculina. Participaram Danielle Brasil Dutra, vice-presidente da ABAD; Nana Lima, da Think EVA; Patricia Turmina, presidente do GAJS; e Nathalie Honda e Fabiana Paredes, da Unilever.

Nana iniciou as apresentações com números motivadores. “Tivemos grandes avanços nas últimas décadas. Somos maioria entre os estudantes universitários, 45% dos lares brasileiros são sustentados por mulheres, e 33,6% das donas de empresa no país também são mulheres”, declarou.

Com uma sequência de relatórios nacionais e internacionais em mãos, a executiva garante que há comprovação de que maior representatividade feminina e equidade de gênero nas empresas melhora os resultados da companhia. “Tem dado falando que a igualdade de gênero agrega US$ 12 trilhões na economia, aumentando em 15% o retorno financeiro das indústrias e empresas”, disse.

Além disso, se as mulheres são maioria no mundo, são também maioria no consumo. O que Nana questiona é que como uma empresa poderia atender as demandas da maior parcela da população se essa parcela não tem representatividade na tomada de corporativa?

A dúvida surge após a confirmação de que, ainda, as mulheres são minoria nos cargos de liderança, ocupando apenas 13% dos conselhos de administração. “Entre as 500 empresas da Forbes, só 41 delas têm mulheres como CEO”, destacou.

Trazendo uma visão masculina ao debate, Dessimoni reconhece a importância de o setor quebrar paradigmas. “Temos muito material demonstrando os benefícios da diversidade inclusive para inovação, visto que isso permite a união de pessoas com experiências de vida diferentes contribuindo de maneira rica para os negócios. Os indicadores financeiros também corroboram com essa perspectiva. Há melhorias, também, no ambiente de trabalho, que naturalmente soa mais seguro e estável quando há uma boa participação feminina”, disse.

Experiências de vida

CEO da Rio Grandense Distribuidora e vice-presidente da ABAD, Danielle falou como fez para vencer os desadios de ser uma mulher jovem no comando de uma grande empresa. “Entrei sabendo o que eu queria fazer e não permiti que o fato de ser uma mulher em um espaço predominantemente masculino fosse um limitador”, comentou.

Para a executiva, o preparo foi fundamental para que ela tivesse a confiança necessária para encarar os desafios, porém ela enfatiza que não há necessidade de deixar a essência feminina de lado. “Nunca tentei me masculinizar. E isso foi muito importante”, disse.

Danielle concorda que um ambiente mais igualitário, com diversidade de gênero, é positivo. Para ela, uma mulher na liderança é capaz de apostar na flexibilidade para entender demandas típicas de mulheres sem achar que isso pode baixar a taxa de produtividade. “É, claro, um desafio equilibrar os papeis. Aprendemos habilidades para conciliar muitas atividades o tempo inteiro, e isso traz ganhos para a companhia. Inclusive noto que mulheres que são mães têm ainda mais facilidade para gerenciar tempo e cuidar de pessoas, características excelentes para o papel corporativo”, finaliza.

Em paralelo, Fabiana também compartilhou sua experiência profissional em ambientes mais heterogêneos. Atuando na Unilever, destacou que inicialmente, na área de marketing, ela trabalhava prioritariamente com mulheres e que, agora, em vendas, vive um espaço com muito mais homens. “Conseguir times mais equilibrados traz contribuições que se complementam”, pontuou.

Outra observação da executiva diz respeito à humanização das lideranças, conceito ainda visto com certos mitos. “Muitas vezes percebemos uma liderança humanizada como aquela que coloca a performance em segundo plano. Mas não é isso. O que precisamos é de líderes com olhares mais atentos para as pessoas”, comentou. Isso significa, para ela, compreender a individualidade de cada colaborador para ofertar um ambiente mais flexível e saudável.

Movimenta na ABAD é uma iniciativa da Associação focada em promover maior diversidade de gênero no mercado de distribuição. Para isso, o grupo promove conversas que fortalecem a equidade tornando a presença feminina cada vez mais comum e valorizada em todos os segmentos. Para participar da ação, basta clicar AQUI.

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