Comunicação é habilidade essencial do líder, diz Luiz Marins

O antropólogo e professor Luiz Marins conduziu nesta quarta-feira a palestra A arte de liderar em tempos disruptivos, sobre o tema fundamental e sempre oportuno da liderança nas empresas. Ele iniciou falando sobre o termo ‘disruptivo’ (que rompe; divisor de águas) e reforçou a tese de que nos próximos 5 anos haverá mais mudanças no mundo, em especial no mundo dos negócios, do que houve nos últimos 30 anos.

“Basta lembrar como vivíamos, comprávamos, trabalhávamos e nos relacionávamos com cliente e fornecedores nos anos 1980. A mudança foi enorme e rápida. Apenas como comparação, vamos pensar que o século 19 e o século 20 começaram basicamente com os mesmos recursos tecnológicos. Mas nos últimos 30 anos surgiram inúmeras tecnologias que hoje estão incorporadas em nosso cotidiano e mudaram o mundo”, diz o professor.

O problema é que esse tecnologia tornou-se acessível para todos, fazendo com que a qualidade dos produtos e seus preços ficassem muito próximos. Num mercado de concorrência cada vez mais acirrada, esse cenário leva à pergunta: Como, então, diferenciar-se dos concorrentes?

Mostrando os resultados de pesquisas realizadas com milhares de respondentes, professor Marins responde: “Para diferenciar-se dos demais é preciso fazer o que eles não fazem em termos de gerar valor para o cliente. E cada vez mais esse diferencial está nos serviços oferecidos e menos no produto, que a tecnologia vem nivelando”.

Ou seja, o diferencial depende de pessoas. Itens destacados como os mais importantes pelas pessoas entrevistadas nas pesquisas estão ligados à qualidade e consistência do atendimento prestado. Algumas empresas, que não compreendem isso, aumentam seus custos oferecendo diferenciais que os clientes não valorizam e, assim, não obtêm nenhum retorno. O líder precisa saber “ler” o mercado e entender o que os clientes querem, para passar isso para a equipe.

“É fundamental que o líder saiba contar aos funcionários que o cliente não quer só preço, que o cliente tem que perceber valor naquilo que a empresa oferece. O líder também precisa ser capaz de mobilizar as pessoas mostrando qual é a importância do comportamento e engajamento de cada uma para que isso aconteça”, diz.

“Hoje”, prossegue o professor, “perdeu-se um pouco a habilidade de contar histórias, de falar sobre as tradições, conquistas e trajetória da empresa, bem como os objetivos e metas a que a empresa se propõe, que são importantes para que cada colaborador compreenda seu papel e saiba qual é o foco do seu trabalho”. Em outras palavras, o líder precisa ser um comunicador, e a melhor maneira de comunicar tudo isso é por meio de histórias, de exemplos que ilustram a informação a ser apreendida.

Marins frisa ainda que é papel do líder conhecer os seus liderados, seus pontos fracos e fortes. Com isso, ele pode trabalhar os pontos fortes de cada um, ter a pessoa certa no lugar certo. Antes de desafiar a equipe, o líder também deve ser capaz de se desafiar para que sua equipe atinja os resultados esperados.

O palestrante encerrou afirmando sua convicção de que os frutos do sucesso estão à espera dos líderes que têm a visão clara do que pode ser alcançado e se dispõem a despender tempo e esforço para atingir seus objetivos. “O caminho pode ser árduo e um pouco longo, mas a conquista que aguarda ao fim do caminho vale a pena!”

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