“Nossa receita não foi afetada pelo coronavírus”, diz CEO da Marfrig

O aumento dos casos de coronavírus ao redor do mundo e o fechamento das fronteiras de diversos países não afetaram as receitas da Marfrig neste ano. A afirmação foi feita por Miguel Gularte, CEO da companhia na América do Sul, durante live realizada pelo InfoMoney nesta sexta-feira.

Segundo o executivo, apesar da relevância do mercado chinês para a Marfrig (MRFG3) ao longo de 2019, a companhia havia decidido, coincidentemente, priorizar a exportação para outros mercados no início de 2020. A estratégia acabou coincidindo com o aumento de casos de coronavírus no país asiático e a paralisação das importações.

“Prevendo um caos de logística no país por conta do ano novo chinês, nós havíamos tomado a decisão de exportar a produção do Uruguai e Argentina para Estados Unidos e Canadá e a produção brasileira para Oriente Médio e Europa”, explicou.

Ainda segundo Gularte, os poucos carregamentos chineses da Marfrig previstos para os meses de janeiro e fevereiro foram repactuados para março e abril com pequena variação no valor.

Com relação ao momento atual, a Marfrig já viu o mercado asiático ter uma forte retomada no fim de março. “Houve uma demanda muito forte nessa reabertura do mercado, para repor os estoques, mas na última semana já tivemos uma diminuição nesse ritmo. Agora estamos monitorando o cenário”, afirmou.

Outro importante mercado para a Martfrig, os Estados Unidos apresentaram retração na demanda do food service. A venda no atacado, no entanto, subiu — compensando o fechamento dos restaurantes. Na Europa, o mercado de carne in natura “quase desapareceu”, segundo Gularte.

De modo geral, o dólar valorizado também ajudou a empresa a ter um impacto positivo em sua receita no primeiro trimestre.

A recuperação pós-Covid

Sobre o futuro, Gularte afirma que o mercado ainda é incerto. “Se eu tivesse que especular, diria que os outros países vão ter uma recuperação econômica mais rápida que o Brasil. Por conta disso, devemos direcionar cortes de maior valor para exportação, até por conta do dólar forte também. Mas é uma análise feita a cada hora, tudo muda o tempo todo”, diz.

Segundo ele, o foco da Marfrig agora está na preservação de caixa. “Em termos de matéria-prima, estamos vendendo primeiro para depois comprar e não comprando para vender. Temos que preservar o caixa”, afirma.

A sanitização dos frigoríficos

Com relação aos cuidados nos abatedouros, Gularte diz que a empresa montou um protocolo para proteger a saúde de seus funcionários.

A limpeza é feita constantemente e há ainda a medição de temperatura de funcionários e o estabelecimento de distância nas filas e horários escalonados nos refeitórios e vestiários.

Todas as plantas do Brasil, Argentina e Uruguai operam com 100% da capacidade. Nos Estados Unidos, a única exceção é o frigorífico em Tama, no estado de Iowa, onde a planta foi fechada para sanitização após casos de coronavírus entre os funcionários. As operações nesta planta devem ser normalizadas na próxima semana-feira, dia 20.

Fonte Infomoney
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