9 indústrias que estão se adaptando a um mundo sem produtos de origem animal

 

A cultura livre de produtos de origem animal ganha cada vez mais espaço no mercado. Seja em grandes redes de fast food, que incluíram no cardápio hambúrgueres feitos à base de plantas, seja em grifes trocando a matéria-prima de suas roupas, sapatos e bolsas, há uma revolução em curso.

É o que ressalta um novo estudo da consultoria CB Insights chamado “Nosso futuro sem carne: como o mercado de US$ 90 milhões passará por uma disrupção”. Segundo o relatório, abrir mão dos produtos de origem animal seria bom para o meio ambiente, diminuindo a emissão de carbono, o uso da terra e o consumo de água.

Indústrias começam a se movimentar em busca de novas alternativas. É justamente dentro desse espectro que o estudo se aprofunda. Abaixo, veja 11 respostas de indústrias para o movimento de um mundo sem carne.

Agricultura e pecuária

Do lado das grandes empresas do agronegócio, a Tyson Foods, uma das maiores empresas da indústria alimentícia, decidiu inaugurar a Tyson Ventures, um fundo de investimento de risco voltado para as inovações do setor. A empresa já investiu em companhias como a Memphis Meats e a Future Meat Technologies, com a intenção de lançar produtos à base de planta em um futuro próximo. A Unilever também corre atrás. A empresa adquiriu a The Vegetarian Butcher, companhia holandesa que produz carne à base de plantas. A Nestlé fez o mesmo, ao comprar a startup de produtos veganos Sweet Earth.

Leite e ovos

De acordo com uma pesquisa do CB Insights, o mercado de leite à base de plantas está avaliado em US$ 18 bilhões. Por enquanto, alternativas como leite de soja e de amêndoas são as principais alternativas do mercado, mas começam a surgir opções mais inovadoras. É o caso da Ripple Foods, que produz leite à base de ervilhas; e da Califia Farms, que cria leite à base de aveia.

As marcas de sorvete Ben & Jerry’s e Haagen-Dazs lançaram sorvetes veganos em 2019. Neste mercado, startups como Perfect Day e Eclipse Foods se destacam no relatório com alternativas de sorvetes feitos a partir de sequenciamento genético e fermentação de ingredientes como batata, aveia e cana-de-açúcar.

Do lado dos ovos, empresas como Clara Foods tem trabalhado para criar ovos à base de plantas. Assim como a startup chilena NotCo, que já trabalha com maionese à base de plantas, mas sem ovos.

Peixes e frutos do mar

Segundo a ONU, quase 90% do estoque marinho está esgotado, totalmente explorado ou superexplorado. Expandir este mercado significaria uma ameaça ao meio ambiente. Por conta disso, empresas olham animadas para a produção de peixes e frutos do mar à base de plantas.

A startup Good Catch, é considerada uma pioneira nesse setor. A empresa conta em seu portfólio com receitas de “atum” e “caranguejo” feitas com ingredientes livres de origem animal — como óleo de alga, grão de bico, fava, ervilhas ou soja. A Ocean Hugger Foods tem trabalhado em transformar tomates em atum e berinjelas em enguias. A New Wave Foods, também investida pela Tyson Foods, foca na substituição do camarão, a partir de algas marinhas.

Fast food

Antecipando uma possível crise, grandes empresas do setor de fast food têm buscado alternativas para substituir a carne de origem animal por similares à base de plantas. O Burger King lançou um lanche em parceria com a Impossible Foods. O McDonald’s fechou uma parceria com a Beyond Meat, realizando testes com seu hambúrguer vegano no Canadá.

A rede de frangos fritos KFC também fechou uma parceria com a Beyond Meat para criar um “frango” sem ingredientes de origem animal. Outras grandes redes que também adotaram às alternativas livres de origem animal foram Dunkin’, White Castle, Tim Hortons e Qdoba.

Hotelaria

A hotelaria tem trabalhado para atrair o público avesso à carne. Com o crescimento das alternativas, hotéis começam a oferecer em seus restaurantes menus 100% veganos e/ou vegetarianos.

O movimento vai além da comida, mostra o relatório. Um exemplo é o do Hilton London Bankside Hotel, que conta com uma “suíte vegana”, com chão de bambu, carpete orgânico de algodão e artigos veganos de higiene pessoal. No frigobar, frutas e comidinhas livres de origem animal.

Educação

Em Nova York, todas as escolas públicas terão as já tradicionais “segundas-feiras sem carne” nas refeições durante 2020. Outras escolas do país pensam em aderir ao programa.

Regulação

Nos Estados Unidos, estuda-se a criação de um certificado para empresas que produzem carne à base de plantas. A ideia dar mais informações para o consumidor. Na União Europeia, há planos de proibir empresas do setor de associar seus produtos à produtos de origem animal. Segundo o CB Insights, o pioneirismo da indústria ainda deixa em aberto o papel dos órgãos reguladores. “Como é um setor emergente, ainda é difícil saber se a regulação chega para ajudar ou atrapalhar essa nova indústria”, diz o relatório.

Moda

Em fevereiro de 2019, Los Angeles sediou a primeira Semana de Moda Vegana, mostrando produtos que não usam matéria-prima animal em sua confecção. Passaram pela passarela peças de couro feitas de folha de abacaxi, por exemplo, criadas pela startup inglesa Ananas Anam. Outro exemplo é o da MycoWorks que cria peças de couro a partir de serragem, micélio (parte de um fungo) e cascas de milho.

Beleza

O setor de beleza vegana é um dos que mais cresce. Marcas como The Body Shop e Lush Cosmetics têm ingredientes veganos na grande maioria dos seus produtos. A Unilever comprou a startup Hourglass, com a intenção de fazer o mesmo com todos os seus produtos de beleza até este ano.

Fonte Época Negócios
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