Páscoa 2025: alta de preço do chocolate não deve causar retração no consumo

O aumento do preço do cacau ainda não impactou o consumo de chocolates dentro do lar, que segue positivo no Brasil, e não deve afetar negativamente a Páscoa deste ano, seguindo tendência vista em 2024.

De acordo com levantamento da divisão Worldpanel da Kantar, o consumidor brasileiro deve continuar fazendo escolhas para equilibrar o bolso e seguir comprando a categoria, assim como fez ano passado, quando apostou em opções mais econômicas, como barras, caixas de variedades e bombons.

De acordo com a Kantar, o volume de compras de chocolates no período de Páscoa (março e abril) em 2024 cresceu 15% em relação a 2023, impulsionado principalmente por formatos regulares, sobretudo barras (22,5%) e caixas (45,3% do volume da sazonalidade). Naquele ano, 44,4% dos lares brasileiros comparam chocolates no período analisado, sendo autosserviço o principal canal de compra.

Os destaques positivos foram caixas de chocolates, que corresponderam a mais de 50% do volume presenteado na sazonalidade, sendo que ovos de Páscoa apresentaram queda, indo de 20% do share de vendas em 2023, para 12,6% no ano seguinte.

O consumo de ovos de Páscoa, que teve nas versões artesanais impulsionadores de crescimento durante a pandemia de Covid-19, em 2024 passou a ter como motor de crescimento os industrializados (aumento de 17,3% vs. 2023). As chocolaterias, em constante avanço, representaram quase 30% do volume de vendas no intervalo analisado, devido aos preços competitivos de seus ovos em relação a marcas de varejo.

Consumo de chocolate no Brasil em 2024

De acordo com análise da Kantar, o último semestre de 2024 registrou o início da movimentação de alta de preço do chocolate, com 7% de avanço comparado ao segundo semestre de 2023, e diminuição da intensidade de compra. Isso se refletiu em todas as classes sociais, que mesmo em dinâmicas diferentes, buscaram o equilíbrio do bolso para não abandonar a categoria.

Prova disso, no último trimestre de 2024 os brasileiros de todas as classes sociais fizeram diferentes movimentações para seguir comprando o produto: A e B priorizaram marcas econômicas (+8,4% volume) ou premium (+10,6% de volume), enquanto classe C manteve preferência em marcas premium (+9,4%), mas reduziu o consumo em 7,5% em volume, e classe DE priorizou marcas econômicas (+19,3%). No contexto geral, marcas mainstream foram menos priorizadas, diante de um consumidor focado em custo-benefício, num momento em que a diferenciação é essencial para definir a compra.

No geral, mesmo com a alta dos preços, os consumidores adquiriram 8,6% a mais de unidades de chocolate por viagem, mas mantiveram o volume de compra e reduziram a frequência em 4,8% no último trimestre de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Um cenário ainda positivo, que mostra que o brasileiro é fiel à categoria e faz escolhas mais inteligentes para seguir comprando, como aderir a embalagens menores para comprar mais.

Para a Páscoa que se aproxima, a Kantar aposta na tendência vista ano passado. “Não esperamos um aumento em volume de ovos de chocolate este ano, mas o cenário pode se manter estável em relação a 2024. O consumidor deve apostar em chocolates em barra e caixas de bombons para equilibrar o bolso, assim como já está se habituando a fazer, com escolhas mais racionais para não abandonar a categoria.”, comenta Juliana Kohler, diretora de contas da divisão Worldpanel da Kantar.

A executiva aponta para um provável aumento do preço dos chocolates após a data comemorativa, mas acredita que a penetração nos lares não deve retrair. “De acordo com o que acompanhamos na Kantar, o chocolate entrou nos lares brasileiros e não deve sair tão cedo. É uma categoria insubstituível no carrinho de compras. Em momentos de bolso mais apertado, o consumidor aposta em escolhas mais inteligentes, diminuindo a frequência dessa compra, ou optando por embalagens econômicas, por exemplo.”, conclui Kohler.

Os dados acima fazem parte do Painel de Compras da divisão Worldpanel da Kantar, que captura o comportamento de 150 milhões de indivíduos em todo País.

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