Artigo: O Brasil para nossos filhos e netos

por Raimundo Rebouças Marques*

MUDAR, fazer diferente, buscar alternativas. Escolher um novo caminho. Mudar para satisfazer a si próprio como pessoa, o País como elemento fundamental, a família como centro gravitacional da mudança. Me  questiono se não MUDAR seremos capazes de deixar para nossos filhos e netos um País melhor que aquele que recebemos de nossos pais.

Estamos vendo a degradação das corporações e das instituições publicas de nosso país. A política, em função da corrupção político-empresarial, com aquiescência do excultivo, dos tribunais de contas, do ministério publica e do judiciário; a educação, com uma qualidade de ensino insuficiente para os desafios que temos de enfrentar em um mundo globalizado; e a segurança pública, com o constante aumento da insegurança e da violência. 

Isso ocorre porque não temos cumprido os deveres que cabe a cada um de nós temos como cidadãos. Todos nós temos três tipos de responsabilidade. A primeira é a profissional, pela qual temos de exercer nosso trabalho com qualidade e serenidade. A segunda é a responsabilidade de atuar solidariamente em nossa comunidade, procurando desenvolver atividades que ajudem atender às suas necessidades de forma voluntaria.

A última e mais importante é a nossa responsabilidade institucional com o País, ou seja, é a nossa contribuição para construção de um Brasil melhor, conceito que abrange, até mesmo as nossas atividades do dia a dia.

Não podemos aceitar a situação atual de nosso país, sob o risco de nos acostumarmos com um paradigma torto e pararmos de sonhar com um país melhor. Mudar é preciso, “A mudança é a lei da vida. Aqueles que só olham para o passado ou para o presente estarão, com certeza, perdendo o futuro” (John F. Kennedy)

A soma das condutas de todos nós determina o futuro do País. Portanto, a ação de cada cidadão é essencial para que possamos resolver o atraso institucional que ainda persiste no Brasil. A maioria absoluta dos nossos líderes não tem cumprido suas responsabilidades institucionais, embora devessem estar à frente do processo. Predomina o interesse individual e somente uma pequeníssima parcela desses líderes consegue olhar o país como um todo e ter a real visão sobre o que precisa ser feito. Para que isso mude é preciso um entendimento entre as principais lideranças políticas, acadêmicas, empresariais, sindicais e sociais. Esses grupos precisam realmente unir forças e debater uma visão estratégica para o Brasil.

Os governantes, por exemplo, precisam alterar sua visão patrimonial sobre o País, Estado e Município, deixando de tratá-los, com propriedade particular a serviço dos de seus interesses partidários e pessoais. A sociedade, no contexto atual, tem trabalhado para servir o poder publico, quando deveria ser o poder público servindo a sociedade.

O empresariado e as entidades setoriais, que normalmente têm uma postura individualista, precisam buscar maior integração com o setor publico, de forma que o crescimento econômico alcance as taxas necessárias para a inclusão de mais pessoas no mercado de trabalho.

As universidades e o setor privado, por sua vez, precisam encontrar soluções para que as invenções cientificas sejam mais bem aproveitadas em benefício de todos. A ciência deve ser orientada para a promoção do desenvolvimento econômico e social, e não como fim em si mesmo. O judiciário deve ser focado na eficiência judicial. Eficiência esta, que não deve um a simples 'norma-objetivo', mas sim um 'novo paradigma do acesso à Justiça', para que todos os operadores do direito possam buscar a efetiva justiça.

Se cada individuo orientar seu comportamento tendo em mente suas responsabilidades com o País, tanto nas grandes decisões como nas pequenas atividades, podemos ter uma mudança real no Brasil, gerando mais renda e emprego. É preciso, portanto, que cada um de nós pergunte a si mesmo qual o País que queremos deixar para o futuro e o que estamos fazendo para obtê-lo.  Se trabalharmos juntos, cumprindo nossas responsabilidades, podemos alcançar esse objetivo

*Raimundo Rebouças Marques é Vice-Presidente do Conselho Deliberativo da ABAD e Presidente do SINCAPI (Sindicato do Comercio Atacadista do Estado do Piauí)

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