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Bebidas não alcoólicas

Por Adriana Bruno, Claudia Rivoiro e Rúbia Evangelinellis


ÁGUA DE COCO
Vendas em dia

As vendas de água de coco aumentaram 25,1% em faturamento e 9,8% em volume. A embalagem de 1 litro responde por 57% do total comercializado.

Por região, o maior crescimento foi registrado no interior paulista, com alta de 43%.

Segundo Giocéli Escorsin, gerente de marketing da Zanlorenzi Bebidas, dona da marca Campo Largo, o mercado da bebida segue com tendência de crescimento. Em 2023, a produção ficou em torno de 220 milhões de litros, significando uma alta de 10% na produção ao longo dos anos, conforme dados da Euromonitor International.

“De 2021, quando iniciamos a produção de água de coco, até hoje, o produto passou de quinto para o segundo mais vendido pela companhia. Esse avanço é impulsionado pelo mercado de alimentos voltados para saúde e bem-estar”, explica Giocéli.

A empresa observa ainda aumento do consumo das famílias, com a embalagem de 900 ml sendo a mais requisitada. Além disso, há os tamanhos de 200 ml (cartonada) e 250 ml (em garrafa PET) voltados para o consumo individual.


ÁGUA MINERAL
Saudável e vendável

Com o consumo em alta, a água mineral mostrou fôlego para crescer em dois dígitos. O aumento das vendas teve forte impulso na Grande São Paulo (41,6%) e no interior paulista (37,7%). As variações também foram significativas em outras áreas, como no Sul (28,1%) e no grupo formado por Minas Gerais, Espírito Santo e interior do Rio de Janeiro (26%).

Segundo César Dib, CEO da Lindoya Verão, no Brasil, a água mineral é parte essencial da rotina dos consumidores:

“Está presente em 76% dos lares. Em média, os brasileiros compram água mineral 11 vezes ao ano, uma frequência que revela uma preferência cada vez maior por opções saudáveis. O consumo per capita de água mineral expandiu 136% entre 2009 e 2017, mostrando uma mudança significativa nos hábitos de consumo.”

As vendas da empresa, acrescenta Dib, crescem de forma consistente:

“Em 2024, apresentaram aumento de 15% em comparação ao ano passado, com um destaque especial para a água mineral natural com gás, que cresceu 20%. Isso demonstra que os consumidores estão descobrindo que a saborização natural da água com gás é excelente opção para substituir refrigerantes e sucos.”

A versão da água sem gás é a preferida do consumidor, respondendo por 75% da categoria, segundo o estudo.


BEBIDA ENERGÉTICA
A todo vapor

Os números mostram o vigor das bebidas energéticas. A categoria ampliou as vendas de forma expressiva em valor (23,6%) e em volume (18,55%), com crescimento registrado em todas as áreas pesquisadas.

A menor variação contabilizada foi no Nordeste, com 9,1%. O aumento nas demais regiões alcançou dois dígitos, sendo o menor registrado na Grande Rio (16,7%) e o maior na Grande São Paulo (36,3%).

Márcio Iavelberg, sócio da Blue Numbers Consultoria, aponta as vantagens de o pequeno varejo oferecer a bebida:

“Para o pequeno varejo é muito importante ter um mix de produtos, que agregue margem de contribuição para o negócio. Energéticos costumam trazer uma margem entre 20% e 30%. Se entende como margem de contribuição a venda descontando impostos e o custo do produto, antes de cobrir despesas operacionais.”

Iavelberg também cita como boa estratégia de vendas manter na gôndola ou prateleira ao menos duas marcas distintas, além das opções de sabores e zero açúcar:

“Um ensaio que fizeram, no passado, com máquinas de Coca-Cola e Pepsi, nos EUA, mostrou que quando tinha somente uma delas, as vendas eram um tanto. Quando instalaram a segunda, aumentaram muito para as duas. A opção passou de ‘compro ou não compro’ para ‘qual das marcas eu compro’.”


PRODUTO ISOTÔNICO
Foco na saúde

A categoria de isotônicos tem ganhado relevância no pequeno varejo, especialmente em regiões quentes ou próximas a centros de atividade física e trabalho intenso.

“O produto impulsiona vendas cruzadas (como snacks saudáveis e barras de proteínas), reforçando o papel do pequeno varejo como uma solução conveniente para necessidades de saúde e bem-estar”, comenta Leonardo Cyreno, head de eficiência comercial e crescimento da AGR Consultores.

Segundo ele, para elevar o tíquete médio, o pequeno varejo pode investir em:

  • Combos de isotônicos com outros produtos complementares, como snacks saudáveis.
  • Promoções para múltiplas unidades, incentivando maior volume por cliente.

A pesquisa da NielsenIQ mostra que o cenário é bastante promissor. A categoria apresentou:

  • 33,2% de variação em vendas/valor.
  • 25,7% de variação em vendas/volume.

Entre os sabores preferidos, os dados indicam:

  1. Uva, com 16% de importância em valor.
  2. Citrus/Maracujá, com 15,6%.
  3. Laranja, com 13,1%.

REFRIGERANTE, BEBIDA MISTA E GASEIFICADA
Sabor no copo

A pesquisa da NielsenIQ, que analisou o período de outubro de 2023 a setembro de 2024 em 505.593 lojas de varejo de vizinhança no Brasil, apontou que a categoria caiu no gosto do brasileiro.

Com números positivos de crescimento em relação ao ano anterior, foram registrados:

  • 12,8% em vendas/valor.
  • 4,7% em vendas/volume.

Na importância de aroma/cor/sabor, o destaque é:

  1. Pêssego, com 61% de preferência.
  2. Ginger ale, com 15,7%.

O sabor de pêssego contribui com 64% do crescimento em valor, enquanto melancia/morango é responsável por 71% da queda.

Na variação de vendas/valor por áreas da NielsenIQ, os resultados foram:

  • Área I: 10% (Nordeste).
  • Área II: 15% (Minas Gerais, Espírito Santo e interior do Rio de Janeiro).
  • Área VI: 21% (Sul).

SUCO CONCENTRADO
Espaço garantido

Mais uma nova categoria entra no rol das auditadas nesta mais recente versão do estudo.

Segundo a NielsenIQ, o suco concentrado apresentou:

  • 20,3% de variação em valor de vendas no período auditado (outubro de 2023 a setembro de 2024).
  • 7,7% de variação em volume, um número bem menor.

A preferência do consumidor por tamanhos de 401 ml a 600 ml contribuiu para 41% do crescimento da categoria. Já na variação de vendas/valor, o tamanho de 250 ml alcançou impressionantes 505,85%.

Para Thiago Gavioli, vice-presidente do Grupo Britvic, que inclui a marca Maguary (adquirida há nove anos pelo grupo britânico Ebba), o trabalho com a categoria tem sido intenso e adaptado às particularidades do Brasil:

“Temos feito um trabalho intenso para desenvolver um portfólio atraente e adotamos um olhar mais apurado para cada região brasileira e para tanto contamos com o canal indireto como um braço operacional, apesar de já trabalharmos diretamente com o varejo”, explicou.


SUCO PRONTO
Saudável, acima de tudo

A variação de vendas/volume da categoria de suco pronto, segundo a pesquisa da NielsenIQ, traz boas notícias:

  • Cresceu 10,5% no período de outubro de 2023 a setembro de 2024.

No entanto, para Rodrigo Arpini Valerio, diretor de marketing e vendas da Cooperativa Vinícola Aurora, fabricante que trabalha exclusivamente com sucos de uva integral, a categoria não apresentou crescimento no período apurado.

“O resultado é reflexo da quebra da última safra (2023/2024), que teve redução de 26,5% na produção de uvas no Rio Grande do Sul, devido às condições climáticas. Por conta disso, devemos fechar 2024 com recuo de 15% nas vendas, devido à falta de produto. Com exceção a este ano atípico, a Aurora vem crescendo continuamente nas comercializações da categoria.”

Segundo Valerio, o mercado de suco de uva integral no Brasil está em expansão, impulsionado pela demanda por produtos naturais e saudáveis:

“Cada vez mais, os consumidores buscam alternativas que tragam benefícios à saúde, e o suco de uva integral, sem adição de açúcar e rico em antioxidantes, atende essa tendência.”

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