Poder mirim

Ninguém duvida de que as crianças exercem grande influência na decisão de compras da família. Em 2011, uma pesquisa publicada pela Viacom já apontava que 51% dos pais tomavam as decisões de compras ouvindo os filhos. De lá pra cá isso só se confirmou e fortaleceu os segmentos infantis no Brasil. 

Dados populacionais do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostram que, apesar de a pirâmide etária brasileira concentrar-se acima dos 30 anos, a população até 14 anos representará 20,5% da população em 2022. “Segundo estimativa do Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, o mercado infantil movimenta 16 bilhões de reais por ano no Brasil e cresce 14% anualmente. Se considerarmos produtos e serviços, este valor saltará para a faixa de 50 bilhões de reais anuais, e a tendência é que os números sejam cada vez maiores”, comenta Alethea Alves, consultora de Varejo da AGR Consultores. 

Segundo ela, esses números são significativos e reforçam a necessidade de inclusão desse público na estratégia de portfólio do varejo, independentemente do seu porte. “Dados fornecidos pelo Instituto Alana mostram a influência das crianças brasileiras nas decisões de compras: a opinião desse público é considerada em 80% das decisões de compras familiares em todos os setores, incluindo carros, roupas, imóveis, saúde, os produtos da casa, móveis, entre outros”, revela Alethea. 

Ela também destaca que é muito importante acompanhar as tendências de produtos e personagens significativos para esse mercado de maneira a adequar o “timing” e a disponibilidade do portfólio. “Uma pesquisa realizada pela TIC Kids Online Brasil mostrou que 20 milhões de crianças e adolescentes, entre 9 e 17 anos, usaram a internet e foram ativos nas redes sociais em 2018 no País. Neste mesmo estudo, vemos que 86% da população brasileira dessa faixa etária era usuária de internet”, conta. 

E um dos segmentos que mais se destacam entre o público infantil é o de higiene pessoal. Segundo Eduardo Amiralian, CEO da Phisalia, o mercado de higiene infantil vem crescendo a cada ano e o Brasil é um dos mercados mais proeminentes nesse setor, sendo o quarto país que mais consome produtos de higiene infantil no mundo, de acordo com a Abihpec – Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. “Os consumidores já entenderam a importância de utilizar produtos que realmente são indicados para as crianças e por isso investem cada vez mais nesse mercado. Os produtos infantis estão cada vez mais segmentados.

Recuperação

Também é importante dizer que o pequeno varejo foi um canal muito impactado pela pandemia nos últimos dois anos. “Em 2022, vemos uma recuperação do pequeno e médio varejo, o que é muito importante por se tratar de canais super-relevantes para o segmento de higiene e beleza. O segmento infantil nesses varejos desempenha um importante papel para facilitar a busca desses produtos em canais onde a missão de compra é cada vez mais de reposição e de maior frequência de compra”, diz Antônio Amaral Carneiro, diretor-comercial Consumo da Viveo. Segundo ele, o atacado distribuidor tem grande importância estratégica para o aumento da oferta de marcas ao pequeno e médio varejo e para isso precisa trabalhar bem o portfólio a fim de ofertar exatamente o que o consumidor espera. “Consumidores têm sido altamente impactados pela inflação e pela pressão de custos. Este ano será desafiador, pois enxergamos um consumidor em busca de produtos de maior relação custo/benefício. No universo infantil não será diferente. Estamos trabalhando fortemente em trazer produtos com a função de preencher essa necessidade do mercado – produtos de alta qualidade, confiança, pureza e principalmente respeito aos pais e mães no cuidado com seus filhos”, comenta Carneiro. 

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