Para tentar reverter o quadro ruim nas vendas e estimular mais pedidos pelas consultoras, a Natura está colocando em promoção produtos de linhas mais baratas (mais procurados pelos clientes na crise) e revisando o mix de itens oferecidos e as estratégias de marketing.
Dentro desse plano, a fabricante relançou no terceiro trimestre a marca de perfumaria Humor e as linhas de cuidado com a pele Ekos, Tododia e Chronos.
Na primeira metade do ano, aumentou os preços de forma geral, o que parece não ter sido muito bem recebido. Os clientes só estão aceitando pagar mais caro por produtos que recebem inovações.
Nesse contexto, a linha Chronos, de cosméticos para o rosto, tem performado bem, segundo Andrea Alvares, vice-presidente de marketing da companhia.
Outra aposta para driblar as dificuldades é o investimento nas operações no exterior, que estão crescendo, diferentemente da local.
No trimestre, elas geraram 33,5% das receitas totais da empresa, contra 31,8% no terceiro trimestre do ano passado.
A unidade América Latina ganhou mais consultoras e apresentou um salto de 30% no faturamento em moeda local, mas, por conta da valorização do real, principalmente frente ao peso argentino, as vendas tiveram recuo de 3,5% na moeda brasileira e ficaram em 503 milhões de reais.
Já a Aesop, marca australiana comprada há três anos, abriu novas lojas no trimestre e teve receita líquida de 131 milhões de reais, alta de 19,9%.
Novos canais
Expandir a presença da Natura para outros canais além da venda porta a porta também é um objetivo declarado. A companhia vai inaugurar sua quinta loja própria no próximo mês e aumentou a oferta de produtos em farmácias.
Antes, apenas a linha Sou, de cuidados com a pele e cabelo estava disponível nas drogarias. Nesta semana, começou a testar também a linha de tratamento para o rosto Tez.
Investimentos
A fabricante de cosméticos revisou as previsões de investimentos para o ano. Agora, espera aportar um total de 300 milhões de reais no negócio, frente a uma estimativa anterior de 350 milhões de reais.
No ano passado, foram investidos 383 milhões de reais. Em 2014, 506 milhões e, em 2013, 554 milhões.
Segundo o vice-presidente financeiro da empresa, José Roberto Lettiere, a redução é natural porque a Natura construiu centros de distribuição e sustentou outros reforços em infraestrutura no passado.
“Agora temos um novo perfil de investimentos, em canais alternativos, varejo, na Rede Natura (e-commerce) e também participação mais relevantes das atividades internacionais”, disse.