O mercado de produtos de limpeza doméstica está em plena expansão, com o Brasil, ocupando a posição de quarto maior mercado global no setor. Apesar disso, o consumo per capita nacional ainda está abaixo da média mundial, destacando um potencial de crescimento significativo”, comenta Priscila Saad, head de operações na AGR Consultores. Segundo ela, o consumo per capita de produtos de limpeza no Brasil representa apenas 4% do registrado nos mercados mais desenvolvidos, indicando oportunidades para expansão.
Para Priscila, como caminhos para perseguir o crescimento nesta categoria, tanto a indústria quanto o atacado e o varejo podem estabelecer estratégias complementares de forma a garantir o acesso a produtos que atendam às mais diversas entregas de valor.
“O mercado brasileiro de produtos de limpeza doméstica tem grande potencial de crescimento, sustentado pela conscientização crescente sobre higiene e pela inovação nos produtos. Contudo, superar a informalidade e concorrer com soluções caseiras será crucial para a consolidação do setor”, diz.
COMPOSIÇÃO DO MIX
As categorias de limpeza doméstica são fundamentais para o pequeno varejo, pois atendem demandas recorrentes dos consumidores, garantindo alta frequência de compra e gerando fluxo constante nas lojas.
“Produtos como detergentes, esponjas de limpeza, lava roupas, desinfetantes e panos de limpeza são itens de primeira necessidade e, muitas vezes, adquiridos por conveniência em pontos de venda de proximidade”, destaca Tarcísio Bravo Jr, vice-presidente da Limppano. Ele
ainda afirma que o pequeno varejo tem um incremento de tíquete médio com a cesta variada de produtos de limpeza, entendendo melhor as preferências locais de seus clientes, permitindo oferecer um mix de produtos que equilibra custo e benefício. Além disso, as categorias de limpeza doméstica representam uma excelente oportunidade para fidelizar clientes, já que as pessoas buscam marcas confiáveis que atendam às suas necessidades de maneira eficiente e com boa relação custo-benefício.
“Ao compor o mix de marcas e produtos, o varejista deve considerar vários fatores essenciais, como as preferências dos consumidores, a qualidade dos produtos e a competitividade de preços. É fundamental oferecer uma seleção de marcas reconhecidas, que transmitam confiança ao cliente”, orienta Gabriela Pontin, VP comercial e marketing da Ypê.

Vale dizer ainda que para compor um mix eficiente, é essencial priorizar a diversidade e a qualidade. No segmento de limpeza doméstica, categorias como vassouras, esponjas, rodos, pás e panos de limpeza também são itens indispensáveis no dia a dia dos consumidores. Por isso, o varejista deve incluir tanto produtos básicos e acessíveis quanto opções diferenciadas, que ofereçam inovações, como maior durabilidade, ergonomia ou materiais sustentáveis, trazendo também diversas variedades de preços, para atender a diferentes públicos.
“Além disso, é importante trabalhar com marcas confiáveis e reconhecidas pelo mercado, pois isso reforça a credibilidade do ponto de venda, aumenta as chances de recompra e ainda garante maior giro e fidelização dos clientes”, diz Gerson Grohskopf, gerente de marketing do segmento limpeza da Condor.
É importante destacar que os consumidores gostam de experimentar diferentes produtos, de testar e ver novidades, sempre buscando itens que tornem a vida mais prática – tendência que temos observado ganhar espaço ano após ano.
“Em 2023, o Brasil atingiu o quarto lugar no mercado global de produtos de limpeza com US$ 6,9 bilhões de vendas, e a Euromonitor International ainda prevê que o consumo brasileiro cresça 35% até 2027, atingindo US$ 9,3 bilhões”, conta Samir Jarrouj, diretor da unidade de home care da Flora.
Segundo ele, para compor um mix efetivo, o varejista deve considerar as tendências de consumo juntamente com dados de sell-out dos últimos meses. “Dessa forma, fica mais fácil oferecer para o consumidor os itens que têm tido maior procura”, diz. Ele ainda conta que, acompanhando as pesquisas, a empresa sabe que itens multifuncionais e com propriedades bactericidas são cada vez mais procurados por oferecer praticidade e conveniência. “Além das opções econômicas, como embalagens tamanho família ou promopacks, para os consumidores que buscam por bom custo-benefício”, completa Jarrouj.

PARCEIRO ESTRATÉGICO
O atacadista distribuidor é um parceiro estratégico para o pequeno varejista, oferecendo orientação valiosa na definição do mix de produtos ao indicar quais produtos têm maior aceitação local, respeitando as especificidades da comunidade atendida pelo varejo de proximidade.
“Ele também pode oferecer soluções personalizadas, como kits promocionais e lotes menores, permitindo que o comerciante renove seu estoque com agilidade e sem comprometer o fluxo de caixa”, comenta Bravo Jr.
Além disso, com seu conhecimento profundo do mercado e das tendências de consumo, o atacadista distribuidor pode fornecer informações valiosas sobre os itens com maior demanda e os que estão em ascensão. “Além disso, o distribuidor pode otimizar a logística, oferecendo condições comerciais vantajosas, como prazos de pagamento facilitados e descontos por volume”, comenta Gabriela.
O atacadista ainda pode fornecer dados de mercado, com insights sobre tendências, desempenho de cada produto, preferências dos consumidores e informações sobre produtos de maior giro, ajudando o varejista a tomar decisões baseadas em dados concretos.
“Com base em sua experiência, o atacadista distribuidor ainda pode indicar os produtos com maior demanda e maior margem de lucro. Além disso, o atacadista distribuidor muitas vezes oferece suporte em treinamentos, condições de pagamento flexíveis, descontos e promoções exclusivas, o que facilita a introdução de novos itens no mix de produtos”, pontua Grohskopf.
O distribuidor também facilita o acesso a novas linhas de produtos e embalagens econômicas, ajudando o pequeno varejo a manter um estoque variado e atualizado com as tendências do setor. “Uma excelente estratégia é buscar informações sobre o comportamento do consumidor em cada canal, adequando o sortimento nas lojas e garantindo que os itens de maior giro tenham maior presença nas gôndolas. Outro diferencial é trabalhar com visibilidade incremental, por exemplo, com exposições em ilhas, ponta de gôndolas e displays”, finaliza Jarrouj.