Caldos, Molhos e Condimentos

Tempero de resultados

Esses produtos movimentam as gôndolas do varejo que, por sua vez, precisam estar abastecidos para evitar ruptura, além de contar com um mix diversificado

Por Adriana Bruno

Set of sauces and fresh vegetables isolated on white background. Ketchup, mustard, mayonnaise, wasabi. Spices and herbs, trendy hard light, dark shadow, top view

Presentes na cesta de compra do shopper, seja ela de abastecimento ou reposição, molhos prontos, caldos e condimentos são produtos que desempenham importante papel no varejo alimentar. De acordo com Priscila Saad, head de operações da AGR Consultores, essas categorias movimentam mais de R$ 2 bilhões ao ano, agregando valor às refeições dos consumidores. “Com a crescente popularidade da culinária caseira e o surgimento de novos hábitos alimentares, impulsionados pela pandemia, essas categorias tornaram-se ainda mais relevantes, acompanhando a busca por experiências gastronômicas diversificadas e de qualidade”, comenta.

Ela ainda relembra que com a chegada do inverno há um aumento na demanda por essas categorias, por isso, o planejamento do mix e do sortimento de produtos e marcas precisa ser bem trabalhado, especialmente em conjunto com o canal indireto. “Ao planejar o mix e sortimento de marcas e produtos nessas categorias, é essencial considerar diversos critérios para atender às demandas e preferências dos consumidores. Além de buscar inovação e novos sabores, é importante oferecer opções que atendam a diferentes necessidades, como preparos mais rápidos e produtos com menor teor de sódio, refletindo a preocupação crescente com a saúde e o bem-estar”, comenta. Ainda de acordo com ela, as marcas tradicionais têm seu espaço garantido, mas é fundamental complementar o mix com produtos de marcas que apostam em diferenciais competitivos, como embalagens inovadoras e ingredientes de alta qualidade.

Ana Carolina, da Cepêra: praticidade e sabores inovadores

EM CRESCIMENTO O mercado de condimentos e molhos prontos no Brasil tem mostrado um crescimento significativo nos últimos anos. A afirmação é de Ana Carolina Penteado, gerente de marketing da Cepêra. Segundo ela, com a mudança nos hábitos e o aumento da busca por praticidade, esses produtos ganharam um espaço importante nas prateleiras dos supermercados e na mesa dos brasileiros. “Marcas que são capazes de combinar qualidade e inovação, oferecendo produtos que atendam tanto ao paladar quanto às novas tendências, são altamente valorizadas”, diz. Ainda segundo Ana Carolina, sabores inovadores, conveniência e praticidade, além de conscientização socioambiental, são tendências para produtos e marcas das categorias de condimentos e molhos prontos. Vale dizer ainda que o mercado de atomatados e molhos prontos no Brasil é bastante dinâmico e competitivo.

“Atualmente, as tendências de consumo estão voltadas para a saudabilidade, refletida no conceito de clean label, que valoriza ingredientes mais naturais e saudáveis. Além disso, os consumidores buscam produtos que atendam a diferentes públicos, oferecendo uma variedade de opções acessíveis em termos de preço, mas sem comprometer a qualidade”, ressalta.

“Um bom custo-benefício torna-se crucial nesse cenário competitivo”, destaca Giulia Ninelli, diretora da Fugini. Segundo ela, um dos passos a serem dados pelos varejistas para compor o mix da categoria é a análise do desempenho de vendas de diferentes produtos em suas lojas. “Identificar quais produtos têm maior demanda e quais têm baixo desempenho. Isso pode orientar a composição do mix de produtos, priorizando aqueles com maior potencial de vendas”, orienta.

Dauto Junior, diretor-comercial da marcas da DMG, fabricante dos molhos Bocanneiro, destaca que há uma crescente demanda por saúde e bem-estar, e os molhos com apelos saudáveis, sem glúten, com baixo teor de sódio e opções orgânicas e veganas, têm dividido as gôndolas com os produtos tradicionais. “Os consumidores estão cada vez mais interessados em experimentar sabores diferentes, levando ao crescimento de molhos com sabores étnicos”, diz. Segundo ele, uma boa combinação de análise de dados, compreensão das preferências dos consumidores, estratégias de marketing e merchandising, e dar diversidade de produtos e sabores para seu cliente, são os principais pontos de atenção para o varejista definir o mix dos molhos que deve ter nas lojas. “Os varejistas podem usar dados históricos de vendas e analisar tendências de consumo para identificar os produtos em crescimento, oferecer uma ampla variedade de molhos de diferentes tipos, incluindo opções saudáveis e inovadoras; posicionar estrategicamente os produtos na loja, agrupando-os por categoria e criando seções temáticas para facilitar a navegação; realizar promoções cruzadas e sessões de degustação, além de engajar os clientes através de redes sociais e e-mail marketing com receitas e dicas culinárias”, comenta.

OPORTUNIDADE Em se tratando do mercado de condimentos naturais há muitas oportunidades de expansão no país. “Percebemos que nos últimos anos houve um aumento significativo na demanda por produtos naturais que entregam praticidade na culinária, bem como alta qualidade dos ingredientes e sabores autênticos”, comenta Manoella Tarouco, gerente sênior de marketing das marcas Yoki e Kitano, pertencentes à General Mills. Segundo ela, para alguns consumidores, encontrar condimentos naturais nas gôndolas supermercadistas pode ser um ato desafiador, afinal, trata-se de uma categoria com grande diversidade de tipos e tamanhos.

MANOELLA TAROUCO, gerente sênior da Yoki e Kitano

“Por isso, as marcas também devem colaborar na importante tarefa de oferecer suporte abrangente aos varejistas na composição do mix que melhor atenda o perfil de shopper do varejo, além de auxiliar na correta exposição dos produtos para maximizar as vendas e atender melhor às preferências dos clientes, avaliando o comportamento do shopper na gôndola, mas, também, o seu caminho dentro do ponto de venda. Ainda, alguns itens da categoria podem ser impulsionados, por isso é importante expor a categoria também fora do seu ponto natural pensando na jornada do shopper dentro do PDV”, finaliza.

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