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Ranking ABAD/NielsenIQ 2024 ANÁLISE

Setor fortalecido

Levantamento anual registra reação nas vendas de itens de alto giro para 769 bilhões de reais, sendo o canal indireto responsável por 52,5%

Por Rúbia Evangelinellis

O atacado distribuidor mostra fôlego para melhorar a performance, ano a ano, e fortalece o papel de protagonista no abastecimento nacional de produtos de alto giro. O Ranking ABAD/NielsenIQ de 2024 (ano-base 2023) aponta que o setor contribui por 52,5% (melhor marca desde 2019) do mercado de consumo.

A NielsenIQ, responsável pela compilação de dados dos respondentes, projeta que o canal indireto respondeu por 403,9 bilhões de reais, para um total de consumo estimado em 769 bilhões de reais. Comparando com o levantamento de 2023, os valores refletem crescimento nominal para ambas as partes, 10,9% e de 9,7%,respectivamente, ou real de 6,28% e 5,08%, descontando a inflação oficial, o IPCA de 4,62% do ano passado.

O levantamento leva em consideração o movimento em 1.161.810 pontos de vendas auditados, uma amostragem que se equipara à anterior, de 1.143.530.

O estudo aponta ainda a representatividade do canal indireto nos segmentos pesquisados do varejo. Responde por 40% do abastecimento em grandes supermercados – os quais são 158,3 bilhões de reais na soma de 769 bilhões de reais; 45% no ramo de farmacosméticos (que tem consumo projetado em 159,7 bilhões de reais); 68% em supermercados pequenos (varejo que lidera com 212,7 bilhões de reais). O fato é que, quanto menor for o estabelecimento, mais aumenta a importância do canal indireto. Representa 85% do resultado de bares (29,1 bilhões de reais) e no grupo de hotéis, restaurantes e cafeterias (cuja soma de vendas totaliza 37,7 bilhões de reais) e quase a totalidade (95%) do valor contabilizado de 70,8 bilhões de reais no comércio tradicional (de atendimento em balcão).

Domenico Filho, diretor de varejo da NielsenIQ, observa que o mercado de consumo brasileiro apresenta-se melhor, mas é importante ressaltar que é movido por quatro variáveis básicas: desemprego, inflação, ambos em baixa, confiança do empresário e do consumidor, ainda emitindo sinal amarelo, e taxa de juros.

“Temos hoje 40% das famílias inadimplentes, o que é preocupante, principalmente considerando que a maior parte do endividamento é com cartão de crédito. Mas esperamos crescimento moderado, entre 5% e 7%, com o atacarejo e o atacado em geral permanecendo em evolução, com expansão de lojas e de atendimento em regiões onde não estão consolidadas essas operações”, destaca.

POR DENTRO DO SETOR

Em paralelo à projeção de consumo, a pesquisa, realizada junto às empresas do canal indireto, permite uma leitura apurada do setor. O total de respondentes aumentou de 650 (Ranking ABAD/NielsenIQ 2023) para 740, fortalecendo a representatividade numérica e a soma do faturamento, que corresponde a 55,2% da participação do atacado distribuidor dos produtos vendidos ao consumidor pelo varejo (veja quadro comparativo).

A edição atual reúne um grupo de companhias que faturam 280 bilhões de reais (179 bilhões de reais sem o Atacadão), valor 11,5% maior do apurado no ano passado, de 231,4 bilhões de reais (157 bilhões de reais sem o grande player do autosserviço).

O retrato do canal indireto aponta um momento de marcas positivas, com expansão de funcionários, armazéns, equipe comercial e frota terceirizada. Nos planos de negócio, o otimismo é identificado. A maioria dos entrevistados prevê crescimento na base de clientes, no quadro de colaboradores, de fornecedores e em volume de vendas. No tocante à previsão de investimentos, o foco está na tecnologia.

Severini, presidente da ABAD: presença mais capilar dos associados

O presidente da ABAD, Leonardo Miguel Severini, destaca o valor do crescimento de empresas informantes, resultado do esforço da entidade e das filiadas da entidade. “A associação está tendo uma presença mais capilar, ganhando corpo na essência da distribuição, tanto que chegamos a 740 participantes e crescimento no mercado de consumo.”

Para o empresário, o canal indireto tem como desafio elevar a excelência na operação (considerando equipe e processos) e aprofundar o olhar nos canais digitais. “É preciso melhorar o perfil dos profissionais e operacionais para usufruir da inteligência artificial.”

O economista e professor Nelson Barrizzelli, responsável pela análise do Ranking desde o seu primeiro, ressalta ainda o fato de que é possível observar a homogeneização da distribuição e do crescimento, com base no melhor desempenho das empresas informantes e classificadas em quatro quartis de faturamento. As altas vão de 9,1% a 11,4% (do terceiro quartil). A média nacional de evolução é de 9,8%. “Na medida em que existe crescimento mais ou menos igual em todos os quartis, pode-se dizer que o atacado distribuidor está se fortalecendo e as pequenas e médias empresas estão se desenvolvendo”, apontou.

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