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Escolhas certeiras e mais rígidas

Levantamento da Nielsen revela aumento de 15,7% nas vendas de 50 categorias no varejo de vizinhança entre o segundo semestre de 2020 e os primeiros seis meses de 2021

Adriana Bruno, Claudia Rivoiro, Rúbia Evangelinellis

O desafio de manter um negócio competitivo, em um mundo em que a pandemia provoca mudanças de consumo em um piscar de olhos e atua como agente surpresa na condução da economia, faz com que as empresas olhem para o mercado com uma lupa. Isso significa manter a atenção voltada para indicadores possíveis de sinalizar o desejo de compra do shopper. Levantamento realizado pela Nielsen espelha o desempenho de vendas de 157 categorias em 485 mil estabelecimentos com até mil metros quadrados no ano móvel encerrado em junho de 2021, com base nos 12 meses anteriores.


Daniel Asp, da Nielsen: “vemos consumidores impactados com o aumento de preços”

Esse grupo apresentou alta de 14,1% na soma de vendas e retrata uma cesta composta de alimentos, itens de limpeza, de higiene pessoal/beleza e bebidas, entre outros.  Das 157 categorias, 50 são apresentadas com destaque por terem, juntas, contabilizado uma alta na soma de vendas de 15,7%, acima da média, e com uma representatividade de 56% no faturamento geral. Os demais grupos (107) registraram uma variação de 12,1%.

No top 50 constam desde produtos básicos (como óleo, molho de tomate, leite, creme dental e água sanitária) e facilitadores do dia a dia (massas instantâneas e peixes enlatados) até os elencados como de indulgência (por exemplo, chocolates). As páginas seguintes trazem o raio X da seleta lista. 

Para Daniel Asp Souza, gerente de Atendimento ao Varejo da Nielsen, o estudo permite avaliar a performance da categoria em valor e volume e capturar aumentos e repasses de preços. “Vemos principalmente as commodities, cotadas em dólar, puxando a variação em valor. Neste ano, houve um movimento mais intenso (de reajustes) em razão do reflexo da pandemia”, observa.

Asp alerta que muitas vezes o poder de compra não acompanha a alta de preços, fato que exige a percepção das empresas na composição de preços, especialmente quando se tem estoque para atenuar possíveis altas – muitas das quais pressionadas pelo aumento de custo e do dólar. “Vemos consumidores impactados (com o aumento de preços) e fazendo escolhas com mais rigidez e de maneira mais restrita. Tomando como exemplo o posto de gasolina, que mesmo com estoque, corrige o preço no dia seguinte ao do aumento, ele ganha no primeiro momento, mas depois perde no volume, com as pessoas economizando na gasolina.” 

Ele sugere às empresas avaliarem marcas e embalagens que proporcionem melhor relação custo/benefício aos olhos do consumidor para compor o portfólio. “Para as categorias que o consumidor compra com frequência, pode-se considerar, por exemplo, os tamanhos maiores e também avaliar os produtos comprados em pacotes. É preciso considerar que o consumidor pode substituir uma categoria pela outra, especialmente quando o bolso aperta, ou manter a compra de biscoito, mas trocar por outro de menor valor.”

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