TECNOLOGIA

Divisor de águas

O Código 2D que tem capacidade de armazenagem ampliada, estará totalmente implantado até 2027

por Ana Paula Alencar

Até 2027, o Código 2D, o código de barras bidimensional que tem capacidade para armazenar muito mais dados, que incluem data de fabricação, data de validade, lote e número serial, entre outras vantagens, estará totalmente implantado na cadeia de suprimento. A data foi estabelecida pela GS1 Brasil, entidade que é mantenedora global do código de barras, que atua com mais de dois milhões de empresas, em 150 países.

A exemplo do que ocorreu há 50 anos, quando surgiu o código linear, o Código 2D, será um divisor de águas para os processos de compra e venda. “Por exemplo, será uma revolução no controle de produtos vencidos. Estes até podem estar nas prateleiras, mas, ao passar pelo caixa, a data de validade aparecerá. Portanto, será uma experiência nova tanto para o varejista, que terá um controle melhor do estoque, como para o consumidor, que evitará levar um produto nessas condições. Algo que, muitas vezes, hoje, ele só percebe quando chega em casa”, exemplifica Paulo Crapina, diretor de Relações Institucionais da GS1 Brasil.

Quando se fala em tecnologia, nada é definitivo. A tecnologia é um produto da ciência, cuja grande finalidade é resolver problemas, o que inclui desafios comerciais. O código de barras linear, formado por linhas e espaços paralelos, que funciona como uma chave única para cadastro em bancos de dados mantidos pelo varejo, contém uma quantidade limitada de informações sobre um produto, trabalham na dimensão horizontal e, em geral, contêm apenas um GTIN.

“Essa limitação colocou foco no Código 2D, que utiliza ambas as dimensões, horizontal e vertical, para codificar dados em uma pequena área”, explica Crapina. Segundo ele, as embalagens dos produtos têm atualmente cada vez menos espaço para informações. “Outros códigos e símbolos foram implementados, comprometendo o design dos produtos e a experiência do consumidor.”

DADOS ADICIONAIS Além de ocupar menos espaço nas embalagens e de ter todas as vantagens já citadas, a tecnologia do código de barras 2D é capaz de carregar dados adicionais, que proporcionam mais inteligência ao PDV, por exemplo, como interpretar e sugerir decisões que passam pelo bloqueio de um produto vencido ou lote recolhido da venda no PDV, e o apoio ao gerenciamento de estoque a partir da integração de iniciativas de rastreabilidade e sustentabilidade, entre outros.

O processo de transição para o uso do Código 2D é um projeto global, onde a GS1 Brasil está inserida. “Hoje, utilizamos o código linear. Teremos um bom período onde ambos vão coexistir. Por fim, usaremos apenas o 2D”, esclarece. Por exemplo, o scanner, que hoje faz a leitura do código linear, não lê o Código 2D. Será necessário um scanner baseado em imagem. Mas já existem diversos aplicativo para smartphones capazes de realizar a leitura por meio de câmera fotográfica.

Assim como aconteceu há cinco décadas, várias ações estão em andamento para acelerar o processo de transição. Entidades da cadeia de abastecimento, como a Abras e a própria ABAD, vão contribuir para a disseminação do novo código. E projetos pilotos no varejo já estão acontecendo.

Criado com o mesmo objetivo do código de barras linear (1D), o código de barras bidimensional (2D) tem capacidade para armazenar muito mais dados, com varredura ampla, que inclui o lote, a data de validade e o número serial, entre outras vantagens.

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA, presidente da GS1 Brasil

A interação com os consumidores e o engajamento com a nova era de consumo são duas das maiores contribuições. A indústria tem um código mais interativo e que ocupa menos espaço na embalagem. O consumidor pode viver experiências inéditas, como obter informações detalhadas sobre o produto, por meio de um link para a página web, no conceito de embalagem estendidas”, explica João Carlos de Oliveira, presidente da GS1, mantenedora global do código de barras que atua com mais de dois milhões de empresas, em 150 países.

Os códigos bidimensionais padronizados pela GS1 são conhecidos como GS1 DataMatrix e GS1 QRCode. O primeiro (GS1 DataMatrix) começou a ser utilizado largamente pelo setor da saúde em 2015, e o segundo (GS1 QRCode)
destacou-se em 2019. Neste momento, há inclusive várias iniciativas pelo mundo, além do Brasil.

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