Se formos analisar o ano passado podemos dizer que 2023 começou com algumas incertezas econômicas, mas ao longo do ano as peças começaram a se encaixar e se encerrou melhor do que se esperava, pelo menos é essa a análise feita por Domenico Filho, diretor de varejo da NielsenIQ no Brasil. E as expectativas para 2024 são boas, mas comedidas. Segundo ele, existem quatro pontos que ajudam acreditar que teremos um ano bom, sem grandes sobressaltos: a taxa de desemprego que vem caindo, a taxa da inflação que ainda é alta, mas com perspectiva de se reduzir ao longo do ano, a redução das taxas bancárias com aumento do acesso ao crédito e incentivo às atividade produtivas. “Com a queda nas taxas de juros sendo mantida, o mercado de trabalho apresenta melhoras, claro que as famílias se endividaram bastante e existe um tempo para saldar essas dívidas. Também esperamos uma queda no PIB, podendo chegar a 1,9%, sendo que no ano passado foi de 2,9%. Diante de resultados positivos, o brasileiro vê melhora em sua situação financeira e a cesta NielsenIQ cresce em volume”, acrescentou o diretor.

DOMENICO FILHO, diretor de varejo da NielsenIQ no Brasil
O brasileiro vê melhora em sua situação financeira
Ele ainda destaca que a cesta que mais cresceu em 2023 em valor e volume é a de Higiene e Beleza, destacando a contribuição de cremes para pele, protetor solar e desodorantes. “Já a de Alimentos e Bebidas cresceu em volume, com contribuição de categorias como chocolates e cervejas”, lembrou. Domenico Filho ressalta que o canal indireto deverá manter a sua taxa de participação no mercado de consumo em torno de 52%, com o distribuidor trabalhando mais especializado, concluindo que o canal crescerá sim, mas de forma comedida.
Para Eduardo Terra, sócio da BTR Educação e Consultoria, no primeiro trimestre de 2024 já se percebeu pontos positivos como a geração de vagas formais de emprego, que começou em 2023 com taxas muito boas, e a renda do brasileiro que vem ganhando força. “A inflação está controlada dentro da meta e o crédito também vem melhorando, apesar de uma redução gradual, trazendo confiança para empresários e consumidores. Não será um ano espetacular, mas positivo dentro da medida do possível, o que já é muito bom dentro das perspectivas que temos”, informou Terra.