Um setor que está sempre apresentando bons resultados é o de higiene e beleza. De acordo com um levantamento realizado pela Horus Inteligência, a cesta de beleza e higiene ganhou importância ao longo de 2021, com crescimento de 1,4pp em incidência e 12% em tíquete médio, crescimento esse que se mostrou mais expressivo a partir do mês de maio. O levantamento também mostrou que a Região Centro-Oeste foi a que mais se destacou no consumo de itens de higiene e beleza, com maior tíquete médio e maior média de itens. Em comparação com o primeiro e com o segundo semestres de 2021, algumas categorias de cuidados pessoais como desodorante, sabonete e aparelho de barbear também ganharam espaço nos canais de compras.
“O mercado de beleza é um segmento que se destaca pela experiência proporcionada especialmente nas lojas físicas. É um fato que o segmento se reinventou e buscou inovações e alternativas que atendessem à consumidora no mercado on-line, mas o retorno e a liberação do acesso às lojas deverão atrair as consumidoras e resgatar experiências, relacionamentos e atendimentos, o que, nesse segmento, faz muita diferença”, comenta Bruna Fallani, diretora Customer Experience da Horus Inteligência de Mercado.
Segundo ela, esses aspectos, somados ao fato de que o retorno presencial ao trabalho deverá impulsionar o crescimento de algumas categorias, desde algumas mais básicas, como a de desodorantes, que em determinadas ocasiões da pandemia tiveram redução do consumo, até categorias como as que se associam à maquiagem, que no encontro presencial fazem diferença tanto para a promoção da estética como da autoestima.
“Nesse sentido, todo o ‘ecossistema’ precisa estar preparado para essa retomada, a começar pela indústria, que se preocupa em encontrar inovações capazes de atrair essa consumidora, incluindo produtos que proporcionem mais praticidade, até a gestão do estoque para evitar ruptura, e a inclusão de mais conteúdo e informações que ajudem a consumidora na tomada de decisão, na oferta de sortimento adequado à categoria e nas especificidades de demanda por parte dela”, comenta Bruna.
Expectativas
Pesquisas realizadas pela Flora mostram que alguns hábitos de limpeza e higiene pessoal adquiridos durante a pandemia deverão continuar a fazer parte da rotina dos brasileiros nos próximos anos, como os de lavar e higienizar as mãos sempre que estiverem em um novo ambiente. Os sabonetes e o álcool em gel são os protagonistas na hora da higienização e da lavagem das mãos; por isso, contar com opções de produtos para as diversas preferências e necessidades do consumidor é indispensável, por exemplo, com itens que estejam de acordo com as preferências e necessidades do consumidor”, ressalta Kellen Cristine Frutuoso, diretora-comercial da Cless.
Naturais e veganos
Categorias como as de skincare e de produtos naturais e veganos deverão se destacar no mercado em 2022, diz Maurício Sleiman, diretor-comercial do Grupo J.Sleiman, e para aproveitar todas as oportunidades de negócios, é preciso investir no atendimento ao cliente varejista. “Nosso papel como distribuidor é o de abastecer nossos clientes varejistas com produtos mais voltados para a perfumação ou a hidratação.
Para Bárbara Bruno, gerente de Marketing de Francis, marca da Flora, outro ponto que se deve levar em consideração é o fato de que o Brasil é um dos maiores consumidores de desodorantes no mundo por causa do seu clima predominantemente quente. O mercado de antitranspirantes já chega a 12 bilhões de reais, com os desodorantes femininos alcançando 80% dos lares brasileiros.
“Entretanto, o mercado de antitranspirantes com foco em perfumação ainda é pouco explorado por aqui, tendo grande potencial de crescimento”, comenta.
Ela também revela que, de acordo com uma pesquisa realizada pela Opinion Box para a Flora, entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022, com 535 respondentes, 43% dos brasileiros afirmam usar mais desodorante durante o verão. “Ou seja, esse período é uma oportunidade para ampliar ainda mais esse mercado”, comenta.
Para Kellen, alguns especialistas estimam que haverá um crescimento anual de quase 10% no setor de HPPC (produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosmético) em 2022 . “Muito antes disso, segundo um estudo realizado pela Abihpec Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, o País vai desbancar os Estados Unidos e assumir a 2ª colocação no mercado mundial, atrás apenas do Japão”, afirma.
Ela também diz que para enfrentar os desafios desse mercado em 2022, os atacadistas distribuidores e também os varejistas deverão ter pleno conhecimento dos Clusters de Atuação (A/B/C) e definir o mix de produtos para cada um deles com muita assertividade.
“Compreender a estratégia da indústria por trás de cada lançamento também terá importância fundamental. Quando lançamos um produto já temos definido o público a Ela também diz que para enfrentar os desafios desse mercado em 2022, os atacadistas distribuidores e também os varejistas deverão ter pleno conhecimento dos Clusters de Atuação (A/B/C) e definir o mix de produtos para cada um deles com muita assertividade. “Compreender a estratégia da indústria por trás de cada lançamento também terá importância fundamental. O mercado exigirá mais treinamento, domínio e argumentação para as vendas. Por que eu devo comprar? será a pergunta que se fará em cada ponto de venda. Dessa maneira, garantimos o portfólio ideal e gerenciamos os seus estoques por meio de ferramentas de tecnologia desenvolvidas internamente”, observa.
