Momento

As lições da NRF 2022

Leonardo Miguel Severini - presidente da ABAD

O crescimento entre 4,5% e 5% estimado para o PIB de 2021 ficou bem acima das previsões iniciais e reflete o esforço e a resiliência das empresas, que tanto sofreram com a pandemia em 2020. Contudo, 2022 traz novos desafios.

O avanço de 2021 deu-se sobre uma base bastante deprimida; portanto, o crescimento esperado para 2022 é forçosamente mais modesto.

Também é preciso considerar que começamos o ano com inflação em alta, desemprego ainda expressivo e famílias muito endividadas, aspectos que prejudicam o consumo. Os juros altos também reduzem os investimentos das empresas e desestimulam a concessão de crédito.

Dessa forma, nos deparamos com um cenário ainda mais desafiador do que no ano passado. E as empresas, sejam indústrias, atacadistas distribuidores, varejistas ou prestadores de serviços, vêm procurando formas de driblar essas dificuldades em busca de sobrevivência e crescimento.

Neste início de ano, estivemos em Nova York participando da NRF 2022: Retail’s Big Show, evento conhecido por apresentar cases de sucesso ao redor do mundo e apontar as principais tendências do varejo. De lá, destacamos alguns aspectos que dominaram a pauta de discussões e que gostaríamos de compartilhar: a importância de se vir a adotar os princípios ESG (Environmental, Social and Governance), que, trazendo uma preocupação crescente com a proteção do meio ambiente, a sustentabilidade e a inclusão social, bem como com o aprimoramento da experiência de compra e com a consolidação das mudanças do comportamento do consumidor, estão cada vez mais à vontade no ambiente on-line. E também com as questões logísticas, que despontam entre as mais estratégicas para as empresas.

Falando mais de perto ao nosso setor, acreditamos que as questões logísticas e a da transformação digital, que já estão impactando as relações entre o nosso setor e seus fornecedores e clientes, sejam as mais significativas.

São duas áreas altamente dependentes de tecnologia e que devem continuar no topo da lista dos investimentos das empresas que querem manter-se competitivas.

Em resumo, acreditamos que atacadistas, distribuidores e varejistas de todos os portes devem estar preparados para mergulhar no mundo digital, rever a gestão de seus processos e aperfeiçoar indicadores como adaptabilidade, satisfação do consumidor, e leitura da jornada de consumo. Há grandes expectativas dos clientes em relação ao fornecimento de produtos e serviços, às quais, e cada vez mais, as empresas precisam responder adequadamente para continuar no jogo.

Um bom ano para todos nós!

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