RANKING ABAD/NIELSEN 2020 - ANÁLISE DO RANKING

Amostra de peso

Levantamento conquista maior projeção e mapeia com base nas informações fornecidas por 667 empresas

Por Rúbia Evangelinellis

O estudo realizado pela ABAD/ Nielsen para o Ranking 2020 mostra a ocorrência de um salto expressivo, ao longo dos anos, no aumento do número de respondentes e na força medida nos valores das variáveis asso- ciadas ao desempenho das empresas, o que contribui coletivamente para o faturamento do setor.

Com uma amostragem de 667 empresas, consegue-se obter um retrato mais fiel das operações, da gestão de negócios, do comportamento e da eficiência dos sistemas, do tamanho da frota, dos sistemas de comercialização e das políticas de investimentos, entre outros aspectos do canal indireto, responsável por 53% no mercado de consumo projetado.

Fonte: Ranking ABAD/NIELSEN 2020

Juntas, essas empresas têm faturamento de 140,848 bilhões de reais. Em 2019, a soma foi de 88 bilhões de reais. A expressiva diferença tem como justificativa o incremento do resultado das respondentes, de maneira geral, e o ingresso do grupo Atacadão, de autosserviço.

“Especialmente as empresas que faturam mais de um bilhão de reais registraram crescimento significativo. Na me dida em que o tempo passa, o Ranking ganha cada vez mais representatividade”, acrescenta Nelson Barrizzelli, coordenador de projetos da FIA – Fundação Instituto de Administração.

Emerson Destro, presidente da ABAD, destaca que o Ranking revela a expectativa de crescimento do setor para 2020, antes do Covid-19, que mudou o panorama para o canal indireto, dinamizando a operação de abastecimento.

“As empresas que atendem o varejo alimentar, com sortimento adequado, tiveram um primeiro quadrimestre positivo, de crescimento, por conta da corrida às compras nos mercados, principalmente na segunda quinzena de março. Em abril, manteve o aquecimento, mas refletindo um nível de vendas mais normalizado”, ressalta.

Destro: acredito que o consumo será mais racional

A expectativa, porém, sinaliza um cenário recessivo de maio a agosto, em razão do aumento do nível de desemprego e, consequentemente, do poder aquisitivo. “Acredito que o consumo será mais racional, mais voltado para produtos essenciais e de primeira necessidade.

Já começamos a perceber esse movimento em abril, com uma escolha mais diversificada de marcas e itens de menor valor agregado.” Para Destro, o desafio que, daqui para frente, será imposto às empresas estará em uma adequação mais conveniente do portfólio oferecido ao varejista a fim de reduzir o impacto da crise no ambiente de negócios.

Segundo Barrizzelli, um dos resultados mais importantes do Ranking está no fato de que ele permite mapear e apontar as transformações do setor. O atacado tradicional, de maneira como ele atua nos dias de hoje, avalia Barrizzelli, não representa mais o que representava há 30 ou 40 anos, com suas operações agora concentradas nas modalidades Atacado Distribuidor, Atacado com Entrega e Atacado de Balcão.

O maior gargalo foi reconhecido no Atacado de Balcão, que sobrevive no Nordeste e em cidades do interior mais distante, explica Barrizzelli. Por sua vez, na medida em que as grandes redes foram crescendo e ocupando espaço no mercado, as indústrias focaram nas operações com os distribuidores, para atuar mais próxima do varejo (de pequeno e médio porte) e acompanhar o desempenho das mercadorias nos pontos de venda.

Fonte: Ranking ABAD/NIELSEN 2020 *Com Atacadão *Sem Atacadão

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