Na mira, os programas sociais

Ainda que o futuro da economia global aponte para um cenário de incertezas, com reflexo para o Brasil, o economista e professor Nelson Barrizzelli prevê bom desempenho ao setor. Conta a favor do atacado distribuidor a capacidade de abastecer todo o Brasil, cobrindo inclusive vilarejos distantes, pequenas e médias cidades, onde está parte da população que depende de programas sociais.

“O governo brasileiro percebeu que se não colocar dinheiro na mão de 75% da população, a situação geral do país será bastante complexa. Temos emprego informal em crescimento e cerca de oito milhões de jovens, entre 18 e 28 anos, que nem estudam nem trabalham. Vivemos nos primeiros quatro meses do ano com uma chuva de dinheiro destinado a essa camada da população. Creio que entre 60% e 70% do montante que entra na economia vai para alimentação e vestuário”.

Para Barrizzelli, aí está uma “grande oportunidade” para empresas do canal indireto. O estudo mostra também as categorias mais importantes para as empresas respondentes. Na média, os alimentos aparecem como principal fonte do faturamento, com representatividade de 45,5% (sem contar com a performance do Atacadão). Trata-se de um feito já observado nas últimas medições, quando o grupo contribuiu com 42,8% (ranking de 2024), 42,1% (2023) e 40,6% (2022). Em segundo lugar de importância estão os produtos de higiene e beleza (com 17,2%).

IMPACTO
Nesta edição, o Ranking aponta o segundo quartil, onde se enquadram as empresas do segundo maior grupo de faturamento, com alta de 16,1% na média nacional, puxado pela performance da Região Sudeste, com incremento de 47,8%.

Neste recorte deve-se levar em consideração o impacto do ingresso do Grupo Braveo, sediado em São Paulo e oitavo no Ranking Geral, com faturamento de 4,207 bilhões de reais. A partir de 2021, o grupo adquiriu diversas companhias do canal indireto, como Oniz Distribuidora, Rio Piranhas, Dismelo, Arilu Distribuidora, Ibiapina, Pulmer e Tiskoski.

Esse mesmo movimento fez antes o Grupo Delly’s/SC, fundado em 2015. Quinto no Ranking, com faturamento de 5,777 bilhões de reais, opera na distribuição de alimentos para food service e já marca presença nas edições do Ranking. Reúne 17 distribuidoras regionais.

Na edição de 2024 (ano-base 2023), o destaque era o maior crescimento percentual do terceiro (de 11,40%) e quarto (9,6%) quartis, que representam as companhias com menor faturamento. Esse mesmo retrato foi observado na edição de 2023 (com base no resultado anterior). Os grupos de maior evolução foram o terceiro e quarto, respectivamente, com 18,6% e 17,1%.

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