Mercado em expansão

O mercado de sucos prontos para beber vem mostrando força no Brasil e, à medida que o consumidor busca produtos mais naturais, com apelo saudável e até mesmo com ingredientes funcionais, o sortimento cresce, abrindo um verdadeiro leque de oportunidades tanto para o ataca-do distribuidor quanto para o varejo.

De acordo com Rafael Catolé, head de marketing e exportação da Natural One, em 2014 o segmento de sucos naturais representava 5% do total do setor, segundo dados Nielsen. Atualmente essa fatia de mercado aumentou e hoje é de 30% em termos de faturamento no comparativo ao setor como um todo.

Rafael Catolé, head de marketing e exportação da Natural One

“Esse crescimento demonstra a busca cada vez maior do consumidor brasileiro por produtos mais saudáveis e naturais”, comenta Catolé. Ele ainda fala que a empresa registrou aumento na procura pelos produtos na marca desde o início da pandemia, especialmente nos meses de abril e maio.

“Registramos um crescimento de 100% na comparação com o ano anterior. No caso de exportação, o aumento do dólar acabou sendo um fator favorável e a nossa demanda cresceu quatro vezes. Acreditamos que, ao se depararem com uma situ-ação em que a saúde foi colocada em primeiro plano, muitas pessoas vão adotar hábitos mais saudáveis, acelerando a tendência de trocar néctar ou bebidas com açúcar refinado por sucos 100% naturais”, diz.

CRITÉRIOS DE ESCOLHA

Sabor, volume, marca e preço são alguns dos critérios de escolha no momento da compra dos sucos industrializados e servem de parâmetro para o planeja-mento do mix de produtos a ser trabalhado e oferecido ao varejo. Mas não é só isso.

Mais preocupado com o que está consumindo, o shopper brasileiro fica de olho no rótulo, nas embalagens e principalmente nos ingredientes que estão ali dentro.

“Cada vez mais a população tem sido criteriosa na escolha de seus alimentos e bebidas, sempre priorizando as modalidades mais naturais, integrais, enfim: saudáveis. E, em virtude disso, a Superbom tem retirado do seu portfólio os sucos adoçados com açúcar e priorizando apenas os sucos 100% frutas, sem nenhuma adição de açúcares ou qualquer outro elemento na composição”, diz David Oliveira, diretor de marketing da Superbom.

David Oliveira, diretor de marketing da Superbom

Uma pesquisa realizada pela Nielsen mostrou que 38% dos brasileiros estão interessados em bebidas com benefícios vindos de ingredientes naturais. Em outra recente Pesquisa de Alimentos e Saúde de 2020 da International Food Information Council Foundation, os dados mostraram que os consumidores veem os alimentos como mais saudáveis quando estão livres de elementos artificiais, baseados em vegetais e têm listas mais curtas de ingredientes.

As informações são de Giorgeo Zanlorenzi, presidente da Zanlorenzi. “Isso é reflexo da tendência de saudabilidade, que certamente veio para ficar”, diz. Ele ainda afirma que o suco integral cresceu 31% ao ano entre 2012 e 2017 e deve chegar a 2,6 bilhões de litros de suco natural em 2022, de acordo com a consultoria Kantar.

Giorgeo Zanlorenzi, presidente da Zanlorenzi


SAUDABILIDADE E SABORES

A saudabilidade deve se firmar como mais do que uma tendência, mas, sim, uma necessidade de mercado para toda a cadeia de abastecimento. Segundo Catolé, a questão da saudabilidade é uma tendência forte há alguns anos, um conceito que abrange mais do que a bebida em si, mas também a embalagem e os processos produtivos que levaram aquele produto até a mesa de cada cliente.

Além disso, é preciso estar atento para os sabores mais consumidos pelos brasileiros. “Não enxergamos diferenças substanciais na procura por sabores de região para região do país. A cada novo produto lançado, temos percebido uma adesão positiva por parte do consumidor. Mas, claro, que o suco de laranja segue sendo um dos carros-chefes e, ainda, o sabor mais consumido no geral”, comenta.


Para Zanlorenzi, existe uma pequena diferença de preferência pelo Brasil, principalmente quando se olha para o Nordeste e suas frutas tí-picas. “No Sul, a preferência continua sendo pelo suco de uva, enquanto no Sudeste a preferência é o suco de laranja. Trabalhar um mix completo de produtos, sabores e embalagens é o que faz a diferença nos pontos de vendas e cria oportunidades de consumo”, comenta.

Vale destacar que como o brasileiro tem buscado opções mais naturais, as indústrias terão de se dedicar a criar novos sabores, novas combinações para ampliar o mix de opções dentro da modalidade 100% fruta. “As variações de volumetria das embalagens também devem ocorrer, especialmente entre as regiões do país”, diz Oliveira.

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