Onde está a minha mercadoria?

Por Jose Ilton Marques Jr., Head de Excelência Comercial na Pfizer Consumo Brasil.

A tecnologia tem mudado todos os dias as nossas expectativas. A necessidade de uma informação constante, on-line, nos exige uma conectividade cada vez maior entre o mundo físico e o mundo digital. Na cadeia de distribuição isto não é diferente, seja você indústria, distribuidor-atacadista, transportador ou varejista. As informações disponíveis somadas à tecnologia de hoje tem mudado a forma como trabalhamos, como nos relacionamos e, sobretudo, tem mudado a perspectiva de valor ao longo de toda a cadeia. Já evoluímos em inúmeros recursos tecnológicos do ponto de visto logístico, no entanto, ainda temos dificuldades em responder, instantaneamente, uma simples e histórica pergunta do comprador ao profissional de vendas das empresas: “onde está minha mercadoria?”.

As necessidades de informações on-line nos serviços de logística já são uma forte realidade. Empresas como a Loggi (empresa que efetua entrega de pequenas encomendas na capital paulista) já operam neste modelo. O que proporciona ao emitente e ao receptor terem uma visão precisa de “onde está sua mercadoria”. Se funciona para uma serie de pequenas entregas, também funciona para as grandes, como no caso do setor atacadista-distribuidor. Lembre-se que o comprador que está negociando com você do outro lado da mesa tem suas expectativas ajustadas ao novo cenário tecnológico. Ele compra on-line na Amazon, usa Rappi e pede no iFood, em todas estas circunstâncias ele é informado passo a passo, sobre onde sua mercadoria está. Na verdade, todos nós somos de algum modo clientes e estamos imersos na tecnologia dos dias de hoje.

Jose Ilton Marques Jr

Agora, vamos supor que você é um consultor de vendas ou o gerente comercial de uma indústria, ou um distribuidor-atacadista, ou mesmo trabalha no setor de logística de uma grande empresa, e o seu cliente lhe faz uma simples pergunta: “Onde está minha mercadoria?” A pergunta é: em quanto tempo você levaria em média para responder? Quantas atividades você haveria de fazer para obter sua resposta? Veja que ao longo de décadas esta pergunta nunca mudou! É possível que você responda: “Uma simples ligação”. Devo dizer que, alguém do outro lado da linha deve gastar alguns minutos, ou mesmo outra ligação para falar onde a mercadoria está. Ou talvez, você possa responder: “Minha empresa já tem isso!”. Inicialmente, devo dizer parabéns! Contudo, seu cliente já não deveria mais fazer esta pergunta. Eu explico. Com os aplicativos disponíveis, iFood, por exemplo, o consumidor já não liga mais para a pizzaria para perguntar se o pedido ficou pronto ou já saiu para entrega. No próprio aplicativo, já é possível identificar se o pedido está pronto, saiu para entrega, e se já foi, de fato, entregue. Vou além… Na verdade não precisamos nem perguntar, recebemos mensagens dizendo: “Entrega realizada com sucesso. Aproveite! Veja o comprovante de entrega clicando aqui”.

Mesmo considerando toda a limitação de infraestrutura de comunicação de dados móveis no país, há algum tempo já existe tecnologia disponível, que permite responder esta pergunta e a tantas outras com apenas um ou dois cliques. Especialistas sugerem que tendo mais que dois cliques, o sistema já requer melhoramento. E mais, qualquer elo da cadeia precisa ter esta informação disponível online para consulta de forma simples, seja você indústria, distribuidor-atacadista, transportador ou varejista. Isto é gestão compartilhada, é eficiência e transparência, comunicação simples e direta. Todos alinhados numa única e mesma expectativa.

Sei que muito tem e continua a ser feito neste sentido. Poucas empresas já possuem sistemas que permitem ter estas respostas. Outras, ainda não promovem uma gestão compartilhada e mais eficiente. E há algumas que tem ainda uma rodovia inteira a percorrer. Atualmente, com os desafios de crescimento econômico que o país enfrenta e com as limitações financeiras que este cenário impõe atender às expectativas significa maior eficiência e agilidade, garantindo que não tenhamos ruptura para o consumidor.

Varejo e indústria devem estar em sintonia buscando eficiência em todo o sistema. Saber o quanto e o que exatamente vender ao varejo é básico. Nem sempre vender mais é a melhor solução.

Lembre-se que vender mais, requer também mais investimentos, mais prazos e tudo isso tem um custo. Com maior acuracidade e regularidade, a cadeia se transforma de forma mais eficiente, eliminando desperdício de recursos e de energia. Portanto, o desafio agora é tecnológico.

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Comentários (1)
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  • KASSEM LIMA ZAIDAN

    Sensacional José Ilton! Criatividade, tecnolohia e gestão compartilhada serão os pilares para esse novo passo de eficiência logística.