Especialistas listam seis principais insights sobre varejo e consumo obtidos da NRF 2024 Retail’s Big Show

Após o encerramento da NRF 2024 Retail’s Big Show, maior feira do setor de varejo e consumo que acontece há 113 anos, nos Estados Unidos, em Nova Iorque, entre 14 e 16 de janeiro, especialistas e consultores do setor se reúnem para a transmissão do seminário digital Pós NRF, momento em que são compartilhadas as principais percepções obtidas durante o evento, sempre com um viés voltado ao mercado brasileiro.

Organizado pela BTR-Varese, o seminário deste ano enfatizou seis principais insights e tendências que estão chegando ao território nacional. Com apresentação de Eduardo Terra, coordenador do Comitê de Tecnologia e Inovação da ABAD, e Alberto Serrentino, ambos sócios da BTR-Varese, o evento reuniu cerca de 260 pessoas presencialmente em Nova Iorque e mais de duas mil acompanhando virtualmente através da transmissão ao vivo. Confira, abaixo, detalhes sobre os seis insights apresentados.

Resiliência do Varejo

Entre o final de 2019 e 2024 o mercado varejista vivenciou períodos bastante conturbados. Além da pandemia de covid-19 – que parecia ser um entrave para as vendas, mas acabou se tornando uma alavanca de consumo que também acelerou a digitalização – houve instabilidades políticas locais e globais. Foi nesse momento que o varejo se mostrou bastante resiliente.

Em cenários de rápidas mudanças, que é justamente o que vem acontecendo agora, essa habilidade é bastante importante. “No passado, navegar no varejo era como percorrer uma estrada retilínea e tranquila. Hoje é como dirigir por curvas e muitas subidas”, disse Eduardo Terra, completando que o futuro promete “tornar essas curvas ainda mais sinuosas”.

Inteligência Artificial

Para iniciar a apresentação sobre a revolução tecnológica que impacta diversos setores da economia, Terra optou por citar uma frase da Microsoft: a inteligência artificial deve ser o copiloto do negócio, não o piloto.

No mercado varejista, é possível implementar a inteligência artificial em inúmeros setores e departamentos, como precificação, expansão, atendimento ao consumidor, sortimento, promoções, CRM, mídia e locação de times.

Varejo hiper automatizado

A economia global vê a automatização tomar conta de diversos processos através da utilização de bots, robôs, câmeras e drones.

Outro ponto importante, também trazido por Terra durante o seminário, é que em dez anos, pode ser que até 47% dos empregos sejam transferidos aos robôs, que, no varejo, podem ser utilizados na armazenagem, reposição, controle de planograma, picking, limpeza, segurança e concierge. Isso sem falar no desenvolvimento do drone delivery, que com a chegada e disponibilidade do 5G, torna-se ainda mais factível.

Varejo orientado por conteúdo e retail media

O que se nota atualmente no mercado de varejo é uma mudança na jornada de compras. Na China, segundo Alberto Serrentino, nos últimos três anos houve um impulsionamento importante do live commerce através de um forte mercado de creators e influenciadores digitais.

“A jornada que educou as pessoas a comprarem digitalmente, impactando o varejo físico, está mudando de novo. Não é só mais uma demanda racional ou a busca e necessidade por algo que você precisa que te faz abrir uma jornada que pode ou não terminar na loja física. Hoje o conteúdo é o grande estímulo e o que gera o drive de compra”, explicou, relatando que, entre os chineses, até consulta médica é vendida por plataformas de conteúdo e live streaming.

Lojas HUB

Não há, na visão de Serrentino, a perspectiva de que as lojas físicas deixarão de ter um papel relevante para o varejo. Porém, é preciso entender que mudanças devem ser adotadas para atender às necessidades e desejos dos consumidores atuais. “Não temos de discutir se teremos mais ou menos lojas físicas, mas sim qual o papel dessa loja na captura e engajamento dos clientes”, disse.

Para ele, mais importante do que a definição do canal, é compreender a essência da compra, a frequência, e o gasto total do cliente, indicadores que auxiliarão no crescimento.

Liderança em três dimensões

Serrentino enfatiza que, hoje, é preciso que as lideranças atuem em três dimensões principais: digitalização, resultados e sustentabilidade. A digitalização, como evolução tecnológica, é inadiável e está em curso, sendo que muito do que está envolvido nesse aspecto foi comentado nos tópicos e insights anteriores. A agenda, agora, é de crescimento sustentável e lucratividade. “Não existe mais tolerância a coisas que consomem caixa sem perspectiva de resultado”, diz o especialista.

Além dos insights apresentados por Terra e Serrentino, o seminário digital Pós NRF 2024 contou com palestras de especialistas diversos do setor sobre experiências e posicionamentos adquiridos durante a edição 2024 da NRF Retail’s Big Show.

ABADNRF 2024
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